121 Delio Endres Júnior, Bethania Volmer Spiecher, Joshua Tomazzoli Klauck, Catiuscia Marcon e Annette Droste vores e com os demais componentes bióticos e abióticos do dossel florestal (Benzing, 1990). Inclusive, como a presença e a diversidade de plantas epifíticas varia conforme as condições dos ecossistemas nos quais elas estão inseridas, estas plantas são utilizadas como indicadoras de qualidade ambiental e do grau regeneração de ambientes florestais, como a Floresta Atlântica (Becker et al., 2015; Becker; Linden; Schmitt, 2017; Brasil, 1994a; 2006; 2010; Costa et al., 2020). A alta complexidade da biologia das orquídeas e a sua preferência por determinadas condições ambientais bastante específicas fazem com que estas plantas sejam fortemente afetadas pelas perturbações ambientais, principalmente pelo desmatamento e pela fragmentação florestal, assim como pela coleta e pelo comércio ilegal (Adhikari; Fischer; Fischer, 2012; Gale et al., 2018; Parthibhan; Kumar; Rao, 2015; Seaton et al., 2013). A aplicação integrada de estratégias in situ e ex situ, como a propagação in vitro e a translocação de indivíduos para a natureza podem garantir a conservação das orquídeas (Brasil, 1994b; IUCN/SSC, 2013), sendo que estudos sobre a sua taxonomia, biologia e ecologia devem garantir o conhecimento necessário para o delineamento de estratégias efetivas (Fay, 2018). Estes estudos podem ter natureza prática, a partir de experimentos científicos (Endres Júnior et al., 2018), ou serem de natureza teórica, a partir da sistematização, análise e discussão de dados (Fay, 2018; Reiter et al., 2016). Como as orquídeas apresentam alta complexidade de relações com os componentes ambientais, estas relações precisam ser bem compreendidas pelos indivíduos que atuam nas ações conservacionistas. Os mapas conceituais são amplamente utilizados para a construção de conhecimento sobre a biodiversidade, para a conservação da vida selvagem como um todo, e também para estudos de caso específicos sobre Orchidaceae (Crisci et al., 2014; Redford et al., 2003; Swarts; Dixon, 2009b). O Grupo de Especialistas em Planejamento de Conservação (Conservation Planning Specialist Group) da União Internacional para a Conservação da Natureza (International Union for Conservation of Nature – IUCN) traz que os mapas conceituais são utilizados na etapa de planejamento de ações para a identificação das possíveis ameaças às espécies, possibilitando a determinação de ações e intervenções (Conservation Measures Partnership, 2013). Assim, apresentamos aqui o processo de construção
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