Ambiente: percepções 2024

131 Delio Endres Júnior, Bethania Volmer Spiecher, Joshua Tomazzoli Klauck, Catiuscia Marcon e Annette Droste A partir de ameaça de extinção de espécies, despontaram os termos abelhas grandes (Fig. 2), por serem os insetos polinizadores de espécies de Cattleya no RS (Caballero-Villalobos et al., 2017). Dentre estes polinizadores, citam-se Bombus atratus Franklin, 1913, B. brasiliensis Lepeletier, 1836, Xylocopa augusti Lepeletier, 1841 e X. frontalis (Olivier, 1789), da família Apidae (Hymenoptera). Estas orquídeas apresentam uma série de adaptações em sua morfologia floral voltadas para facilitar e atrair a polinização por estas abelhas, revelando a íntima relação ecológica e evolutiva entre seres (Caballero-Villalobos et al., 2017). A ameaça que as mudanças climáticas e o aquecimento global podem significar sobre as suas relações das orquídeas com seus polinizadores traz implicações negativas à sua conservação (Seaton et al., 2010). É real o risco de a fragmentação florestal e demais alterações ambientais associadas às mudanças climáticas causarem impactos sobre as populações destas abelhas, e assim, afetarem a polinização e a reprodução das espécies de Cattleya citadas. Desta forma, conservar as orquídeas requer a conservação das comunidades nas quais estas orquídeas estão inseridas (Pemberton, 2010). O termo ameaça de extinção de espécies se relacionou igualmente a fungos micorrízicos (Fig. 2), que, por sua vez, se relacionou à simbiose, devido ao fato de as sementes das orquídeas serem desprovidas de reservas nutritivas, tornando obrigatória a infecção por fungos micorrízicos, que nutrem o embrião até que ele desenvolva tecidos verdes e a planta alcance o metabolismo autótrofo (Rasmussen et al., 2015). Muitos destes fungos são saprofíticos e obtêm a energia a partir da degradação da matéria orgânica (Rasmussen, 2002), como das partes mortas das plantas sobre o solo florestal, ou mesmo partes em decomposição que estão suspensas sobre os troncos das árvores hospedeiras (Kersten, 2010). Isso destaca a importância destes microrganismos para a existência das orquídeas em seus hábitats e para a sua conservação (Reiter et al., 2016), pois além de estarem envolvidos na germinação e nutrição das plantas jovens, podem ter importância para que estas superem períodos de escassez de água e nutrientes inorgânicos (Martos et al., 2012; Zotz; Hietz, 2001). O termo fungos micorrízicos também se relacionou com a importância ecológica das orquídeas, pois, em seu estádio adulto, estas plantas desempenham papel importante na nutrição dos fungos (Cameron et al., 2008).

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