Mapa conceitual para análise inter-relacional e planejamento estratégico de ações de conservação das orquídeas 132 Os nossos estudos demonstram que C. intermedia estabelece simbiose com Tulasnella amonilioides (P.R.M. Almeida, N. Van den Berg & Góes-Neto) S. Fujimori, J.P. Abe, I. Okane & Y. Yamaoka, da Ordem Cantharellales, família Tulasnellaceae (Fig. 4D) (Endres Júnior et al., 2023). Os fungos rizoctonoides, como são chamados, se distinguem em anamorfo (etapa assexuada) e teleomorfo (etapa sexuada), os quais podem ser encontrados em uma mesma espécie de acordo com os estádios do seu ciclo de vida. Tulasnella, por exemplo, é o teleomorfo de Epulorhiza (HOSSAIN, 2022) e ambos precederam o conceito simbiótica e propagação in vitro, já que T. amonilioides é eficiente para a propagação de C. intermedia em laboratório (Endres Júnior et al., 2023). Dados preliminares (não publicados) demonstram que este fungo pode ser utilizado no cultivo de C. tigrina (Fig. 4E-F) e de C. purpurata. Além de espécies de Tulasnellaceae, o Filo Basidiomycota conta com outros taxa pertencentes às famílias Ceratobasidiaceae, Sebacinaceae e Serendipitaceae que se relacionam com as orquídeas (Rasmussen, 1995). Propagação in vitro também se relacionou com conservação/preservação, diretamente ligado à ameaça de extinção (Fig. 2), que se explica pelo fato de que a propagação simbiótica in vitro compõe uma importante estratégia de conservação de orquídeas ameaçadas. A partir dela são obtidas plantas que passarão pela aclimatização, sendo então mantidas em coleções biológicas, e/ou translocadas para áreas preservadas, restaurando populações naturais e hábitats (Aggarwal; Zettler, 2010; Stewart et al., 2003; Wright et al., 2009). Por estas orquídeas serem endêmicas do território brasileiro, sua conservação in situ deve ser feita no Brasil, assim como as ações de conservação ex situ devem ser preferivelmente desenvolvidas também no país de origem (Brasil, 1994b; Reflora, 2023a). Para que estas orquídeas ameaçadas de extinção pudessem ser manejadas e para que se tornasse possível a pesquisa científica com elas, se fez necessária a obtenção de autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade via Sisbio. Este é o sistema de atendimento à distância que permite que pesquisadores obtenham autorizações para coleta e transporte de material biológico, as quais são concedidas após análise de projeto submetido à plataforma do sistema (ICMBio, 2023). Para o desenvolvimento das pesquisas com C. intermedia, C. purpurata e C. tigrina, os pesquisadores
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