Ambiente: percepções 2024

151 Julyana Sthéfanie Simões Matos, Lennon Gabriel Ribas Severo, Valessa Santos, Daniela Müller de Quevedo e Haide Maria Hupffer Para Viana e Ignotti (2013) a dengue é atualmente a arbovirose mais prevalente no mundo, com cerca de 40% da população em risco. Como consequência das alterações climáticas, mais de 2 bilhões pessoas estão expostas à dengue e as projeções para 2085 sugerem que cerca de 5 a 6 bilhões de pessoas (50 a 60 % da população global) estarão em risco de transmissão da doença. A dengue está fortemente relacionada com variáveis meteorológicas. A variação sazonal da temperatura e da pluviosidade influenciaram a dinâmica do vetor e a incidência da doença em todo o país, independente do compartimento climático. As mudanças climáticas ocasionam o aumento nas temperaturas globais e nos padrões irregulares de precipitação. O aumento das populações de vetores aumenta nos períodos de maiores precipitações, devido ao acúmulo de água da chuva ao redor de residências. Em contrapartida, períodos de seca também levam ao aumento dos vetores, devido ao armazenamento de água pela população. Sendo assim, os extremos meteorológicos são responsáveis pela rápida disseminação do vírus (Robert; Stewart-Ibarra; Estallo, 2020). Acrescenta-se a esse panorama o fato de as alterações na temperatura exercerem um grande impacto na questão epidemiológica das doenças transmitidas por mosquitos. O mosquito Aedes aegypti se adapta ao ambiente urbano, se espalhando mundialmente em um ritmo muito rápido. No período mais quente, na primavera, verão e outono, o mosquito tem mais capacidade vetorial (Ligsay; Telle; Paul, 2021). Eventos climáticos extremos estão relacionado com surtos de doenças infecciosas, envolvendo chuvas intensas, inundações, extremos de temperatura e aumento das doenças transmitidas por água e por vetores. Eventos climáticos sequenciais, como períodos de chuva intensa após seca, podem provocar surtos de doenças (Stewart-Ibarra, 2022). O crescimento urbano corrobora para o aumento das temperaturas e criação de habitats aquáticos para as larvas dos mosquitos. Ainda, as mudanças climáticas levam a formação de ilhas de calor urbano (UHIS), que são áreas metropolitanas mais quentes que as áreas rurais. As UHIS afetam diretamente a Saúde Pública, trazendo problemas como alterações extremas de temperatura, poluição do ar, alteração na qualidade da água. As mudanças climá-

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