Ambiente: percepções 2024

Relação de casos confirmados de dengue com as projeções climáticas em ummunicípio da região do Vale do Rio dos Sinos/RS 168 umidade no ar em termos absolutos, por estar fortemente relacionado à temperatura. Chuvas acima da média e calor fora de época favorecemmaior infestação do vetor da dengue, ampliando o número de ocorrências. Contudo, também é importante relacionar como o vírus circula, a imunidade da população e o sorotipo viral. Garcês Junior (2017) destacou em seu trabalho que a relação da variabilidade de precipitação e umidade relativa do ar com os casos notificados de dengue tiveram tendência diretamente proporcional, com tendências inversas e fracas com as variáveis ligadas a temperatura. Santos et al. (2020) concluíram que a umidade relativa do ar, enquanto elemento climático, exerce grande influência sobre o homem e é de grande relevância seu estudo no âmbito da saúde. Além disso, influencia na proliferação do Aedes aegypti. A umidade relativa do ar com índices acima de 70% é capaz de potencializar o desenvolvimento do vetor em todos os estágios. Este estudo verificou umidade relativa acima de 70% durante todo o período avaliado, em especial durante os picos de ocorrência de dengue. Sabendo-se que com estes valores há influência direta na proliferação do Aedes aegypti, este dado pode ser um dos pontos que explicaria a presença da doença, em especial os picos de incidência, em Novo Hamburgo/RS. Já Leite (2023) identificou uma boa correlação entre as variáveis climáticas e o número de casos de dengue emUberlândia/MG. O autor observou que nos anos em que as temperaturas médias atingiram os seus maiores valores, associada a elevada taxa de umidade relativa do ar e índices pluviométricos dentro da normalidade climatológica, foram os períodos com o maior número de casos naquele município. Leite (2023) também verificou que devido à aleatoriedade no número de casos nos anos epidêmicos, a relação estatística entre algumas variáveis se mostrou baixa. Isso pode ser explicado pela ação de outros fatores socioambientais, tendo emvista o caráter de multicausalidade da dengue. Na linha da multicausalidade corroboram com as citações de Leite (2023) os autores Santis e Araújo (2022), os quais afirmam que para ampliar a abordagem, além do aspecto climatológico que possui influência relevante sobre a ocorrência da doença, torna-se necessário complementar a análise com as variáveis ambientais e

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