Ambiente: percepções 2024

Análise de indicadores-chave dos relatórios de sustentabilidade de indústrias de cimento do Brasil 186 as empresas B e C já estão abaixo da meta esperada para 2030, com consumo de 3,39 e 3,25 GJ/t clínquer, respectivamente; e a empresa A cumpre exatamente a meta esperada, com 3,47 GJ/t clínquer. Segundo o RTC, o bom desempenho do consumo térmico na produção de cimento, assim como do consumo elétrico, está diretamente associado a um parque industrial moderno e eficiente, que está gradualmente substituindo as atuais linhas de produção obsoletas por novas tecnologias. Entretanto, as principais barreiras são econômicas e financeiras, relacionadas a investimentos e acesso a crédito (Visedo; Pecchio, 2019). Em relação ao indicador Consumo Elétrico, novamente as empresas D e E não apresentaram dados em seus relatórios. As empresas A, B e C possuem metas superadas até 2030, enquanto a empresa F se aproxima com um consumo de 109 kWh/t cimento. Em função da matriz energética renovável do Brasil, o impacto das emissões deste indicador é menor em relação a outros países. No entanto, de acordo com o RTC, há espaço para uma potencial economia elétrica com a recuperação de calor residual, que poderia oferecer uma redução do consumo total da fabricação de cimento em torno de 20% a 30% até 2030. Por suas características produtivas, a indústria do cimento depende intensivamente de energia, sendo que no Brasil cerca de 85% é de origem fóssil. Conforme Sahoo e Kumar (2023), os combustíveis fósseis mais comumente utilizados ​são coque, carvão, biomassa, gás natural, entre outros. Neste sentido, o RTC indica que os 15% de combustíveis alternativos contribuem para a redução dos gases de efeito estufa por apresentarem menor fator de emissão de CO2. Segundo Beguedou et al. (2023b), os combustíveis fósseis são a fonte de energia convencional nas indústrias de cimento, principalmente o carvão, que tem um alto impacto ambiental e econômico. Em média, 40% dos custos totais de produção por tonelada de cimento estão relacionados aos gastos com energia. Atualmente, as cimenteiras utilizamuma combinação de combustíveis fósseis tradicionais e combustíveis alternativos (Beguedou et al., 2023a). Proporcionando, dessa forma, uma redução do impacto ambiental e das despesas econômicas a partir da incorporação de fontes de energia alternativas, como biomassa e resíduos sólidos, denominada coprocessamento (Beguedou et al., 2023b; Singhal, 2023).

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