Ambiente: percepções 2024

187 Thaís Fátima Rodrigues, Adroaldo de Lima, Cleiton Luís Boufleuher, Alexandre Sita e Haide Maria Hupffer Considerando as cinco empresas que apresentaramos percentuais de combustíveis alternativos em seus relatórios, amédia de participação total do setor é de 24%. Apenas a empresa C não declarou este indicador em seu relatório. O RTC descreve alguns desafios que o setor cimenteiro enfrenta para ampliar o uso destes combustíveis alternativos, como limitações técnicas por baixo poder calorífico, altas concentrações de cloro e umidade ou a presença de outras substâncias prejudiciais ao processo (Visedo; Pecchio, 2019). Além disso, as limitações econômicas com relação aos custos operacionais, o cumprimento da legislação e longos processos burocráticos, assim como a relação com as comunidades locais dificultam as operações com estes combustíveis. Em relação ao indicador Emissão Bruta, foi observado que a indústria brasileira de cimento emitiu 40 Mt CO2, em 2014. O RTC apresentou uma projeção, considerando que se a tendência de crescimento e o desenvolvimento tecnológico continuassem sem intervenção, o setor emitiria aproximadamente 66 Mt CO2, em 2050. Este indicador possui grande importância, porém deve ser analisado contemplando todo o grupo industrial, o que não foi o caso deste estudo. Ainda assim, é possível verificar que apenas 4 empresas (A, D, E e F) apresentaram os referidos dados, com valores extremamente distintos devido a diferentes capacidades de produção. Alinhado comGuo et al. (2024), a indústria cimenteira do Brasil empenha esforços para reduzir sua pegada de carbono, fazendo comque este segmento tenha osmenores índices de emissão específica no mundo. Esse resultado se deve às ações mencionadas no RTC e corroboradas por Georgiades et al. (2023), de que várias medidas podem ser empregadas para descarbonizar a produção de cimento, incluindo a substituição de clínquer, utilização de combustíveis alternativos, eficiência térmica e elétrica, melhorias no forno, além de captura e armazenamento de carbono. Diferentemente da Emissão Bruta, o indicador Emissão Específica pode ser comparado e foi indicado em todos os relatórios analisados. Os resultados refletem os dados do setor, onde as empresas B e C já atingiram o valor de 0,48 t CO2/ t cimento previsto para 2030. As empresas A e E emitiram 0,63 t CO2/ t cimento, enquanto as empresas D e F apresentam índices de 0,59 e 0,60 t CO2/ t cimento, respectivamente.

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