269 Adriano Sbaraine, Eduardo Herzer e Daniela Müller de Quevedo Ao analisar o cenário do Quadro 3, evidencia-se que 6 dos 21 trechos apresentam situação muito crítica de disponibilidade hídrica nas três curvas de permanência, caso haja um aumento em 5% ou 10% da demanda de água para irrigação, sendo que tais trechos possuem uma demanda maior de água destinada para as atividades humanas, conforme o Quadro 2. Nota-se que os trechos AS2, AS6 e AS8 se apresentam como críticos e muito críticos nas disponibilidades de Q90 e Q95, sendo considerados como situação de alerta por estarem no trecho alto da bacia. De maneira oposta, as unidades de estudo do trecho médio são aquelas que apresentam os melhores indicadores emMS1, MS3 e MS4, e, ainda que constatado um aumento da demanda é possível que se obtenha uma classificação excelente nas curvas. Tal como anteriormente mencionado, o trecho baixo é aquele que apresenta uma maior criticidade, pois, ao serem avaliados os cenários apresentados pelo Quadro 3, são eles que demonstram um considerável risco de sofrer com a escassez hídrica. Carlão (2018, p. 38), ao seu turno, comenta que a escassez hídrica deixou de ser uma hipótese ou teoria para ser algo concreto, podendo-se traduzir em disputas violentas que dizimam populações, dando margem para que se instaure um quadro de fome e de pobreza extrema que são potencializados a partir do modelo econômico adotado pelo Poder Público. Embora o trecho superior seja aquele que apresenta as melhores condições em relação à disponibilidade hídrica, não se deve descartar o emprego de boas práticas direcionadas à gestão hídrica, isso para que o quadro não se altere, trazendo inconvenientes à população que se utiliza daquela porção. Num panorama diverso, o Quadro 4 apresenta os cenários de diminuição da demanda de água para a irrigação.
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