43 Eduardo Herzer, Luciana da Rocha Santos, Cátia Aguiar Lenz, Daiane Trindade Costa, Clauton Fonseca Sampaio, Haide Maria Hupffer e Andressa Müller empresas privadas que buscam investimentos ESG (environmental, social and governance), os ODS são reconhecidos como umcompromisso, assim tornando-se necessário que empresas relatem os resultados de suas atividades conforme os Princípios para o Investimento Responsável (PRI) lançados pela ONU em 2006 (Hatayama, 2022). De acordo com o relatório 2017 da KPMG Strategy e Innovation, uma organização global de firmas independentes, entre 250 empresas do mundo, menos da metade, vinculava os ODS à sua responsabilidade social corporativa, pois se torna difícil para as empresas identificarem em quais dos objetivos elas contribuem de forma direta ou indireta (Hatayama, 2022; KPMG, 2018). Os relatórios de sustentabilidade são variados, e estes são uma forma de avaliar o desempenho sustentável de suas práticas e engajamentos e como são comunicadas (Al-Shaer; Hussainey, 2022). Em função da demanda por informações de sustentabilidade, aumentou significativamente a publicação de relatórios desta natureza. Uma forma utilizada como estratégia de comunicação é a combinação das diretrizes do GRI (Global Reporting Initiative) e do IFC (International Finance Corporation). Além disso, os ODS estão no radar dos investidores, e os relatórios de sustentabilidade são uma forma de demonstrar e gerar engajamento das partes interessadas sobre como a empresa está gerenciando e tomando decisões sobre os ODS (GRI, 2020). Frente a este contexto, este estudo tem como objetivo analisar os relatórios de sustentabilidade de indústrias calçadistas da Região Metropolitana de Porto Alegre/RS-Brasil, certificadas no Programa Origem Sustentável em relação aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU. A justificativa de optar pela indústria calçadista, é pelo fato desta indústria ser altamente poluidora em função da toxidade dos produtos utilizados na fabricação de calçados e resíduos gerados (Alves; Sousa Barbosa, 2013; Plentz; Tocchetto, 2014) e pelo fato de ser um setor que se utiliza da subcontratação da mão de obra para reduzir custos, uma vez que faz uso intenso da mesma em função dos traços artesanais na fabricação de calçados (Calandro; Campos; Gasperi, 2015). O Brasil é um produtor significativo de calçados no mercado global (Reis; Fernandes, 2021). Conforme o relatório da Abicalçados de 2022, o Brasil é o quarto produtor de calçados no cenário mundial, ficando atrás da China, Índia, Vietnã e Indonésia. Em 2021,
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