Entre restos e memórias: uma reflexão sobre as imagens do desastre 12 IMAGENS ONÍRICAS E O ALGORITMO DO SONÂMBULO Figura 1: Imagem de casa (inundação bairro Mathias Velho – Canoas/RS). Fonte: próprio autor Em um mundo mediado por e pelas imagens, sobretudo no ocidente cristão, as redes sociais nas últimas décadas se transformaram em um campo de relações tensas a partir de um fluxo de imagens que não poderia ser imaginado há vinte anos. Não só se vive na dadosfera que Giselle Beiguelman apresenta criticamente, como se vive emuma iconosfera, uma união entre omanancial de imagens produzidas perpetuamente e ordenadas como parte dos dados que afluem vinte e quatro horas por dia em um ambiente de rede organizada por algoritmos. Na medida em que as imagens avançam pelas redes sociais e atingem cotidianamente os sujeitos, sua capacidade de afetar, de causar emoção ou reflexão é explorada pelos mais variados sistemas, instituições e, certamente, pelo capital. Mas podem as imagens ordenadas por algoritmos serem transubstanciadas para a forma onírica? Deste modo, rompendo as fronteiras do real para se relevar no subconsciente no espaço ainda não explorado pelo capitalismo 24/7? George Didi-Huberman quando interpelado pelo filósofo Gerardo de la Fuente sobre se existem imagens dos sonhos (as imagens oníricas), responde ao filósofo que o termo “imagem” para a filoso-
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