Além de perdas humanas: reflexões sobre os impactos do evento hidrogeoclimático e socioambiental na biota após o desastre 132 de campanhas de conscientização para evitar que essas espécies sofram novos impactos (Brasil, 2024). As enchentes também afetaram severamente os animais silvestres que estavam confinados em centros de reabilitação e zoológicos, como destacado pelo Fórum Animal. Esses animais, que já estavam em condições vulneráveis, enfrentaram riscos adicionais de fuga, estresse e até morte devido à inundação de suas instalações. A necessidade urgente de evacuação e realocação desses animais evidenciou as falhas na infraestrutura de muitos desses centros, que não estavam preparados para enfrentar um desastre natural dessa magnitude. Esse cenário reforça a importância de planos de contingência mais robustos para garantir a segurança desses animais em eventos climáticos extremos (Nadal, 2024). Algumas espécies que armazenam alimentos para o consumo durante o inverno podem ter tido seus estoques destruídos pelas enchentes, o que as pegou de surpresa e as deixou vulneráveis e famintas. Outras, que migram para locais com temperaturas menos rigorosas, podem ter sobrevivido ou sucumbido durante as cheias. Zhang et al., (2021) apontam, que fatores como a duração da enchente, o tempo de sobrevivência dos animais, a disponibilidade de abrigos (que diminuiu à medida que as águas subiram), a capacidade de migração e deslocamento, bem como a temperatura, são fatores que influenciam diretamente nos impactos desse tipo de evento climático extremo na biodiversidade. Os impactos das enchentes se estenderam para além dos danos imediatos, com potenciais consequências de longo prazo para a recuperação da fauna silvestre. A exposição prolongada à água contaminada e a destruição de habitats críticos, como áreas de alimentação e reprodução, colocam as populações de diversas espécies em risco contínuo (Fig. 6). Especialistas alertam para a possibilidade de colapsos populacionais em espécies que já estavam em situação vulnerável antes das enchentes, enfatizando a necessidade de monitoramento contínuo e intervenções de conservação direcionadas para evitar perdas irreparáveis (Baroni, 2024).
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz