E depois dos desastres? Natureza e ciência: uma reconstrução assertiva

Planejamento e resiliência: gerenciamento de resíduos sólidos em situações de desastres 142 diagnósticos sobre a qualidade dos resíduos gerados nessas situações, caracterizando e quantificando esses resíduos. A falta de órgãos públicos para o gerenciamento de resíduos em situações de desastres, aliada à carência de políticas ambientais que abordem especificamente esse tipo de resíduo, resulta em um baixo interesse na reutilização desses materiais. Esses resíduos possuem uma segregação complexa, o que dificulta ainda mais o seu reaproveitamento. Consequentemente, a falta de incentivos e diretrizes claras para a gestão adequada desses resíduos sólidos contribui para a ineficiência na mitigação dos impactos ambientais e na recuperação das áreas afetadas. Uma parcela significativa dos resíduos gerados por desastres provém da construção civil, resultante da destruição de estruturas e residências compostas por diversos materiais. Essa heterogeneidade torna o processo de separação e reaproveitamento dos resíduos extremamente desafiador. A gestão de resíduos decorrentes de desastres naturais é particularmente complexa devido à ampla variedade de materiais envolvidos (Agamuthu et al., 2015). Em algumas situações, a contaminação desses materiais com substâncias tóxicas agrava ainda mais o cenário, tornando a gestão adequada dos resíduos uma tarefa crucial para a reconstrução das áreas afetadas. Portanto, a implementação de estratégias eficazes para o gerenciamento desses resíduos é essencial para mitigar os impactos ambientais e promover a recuperação sustentável das regiões atingidas. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, é essencial criar manuais e planos de gerenciamento que sejam úteis e aplicáveis a vários níveis de governo, com especial atenção ao nível municipal. Isso requer a elaboração de padrões adicionais ao Plano de Gestão de Resíduos do Ministério do Meio Ambiente, com um enfoque específico na gestão de resíduos de desastres naturais. Para garantir uma resposta eficaz e coordenada, aumentar a resiliência das comunidades e reduzir os efeitos ambientais desses eventos, é essencial que essas diretrizes e planos sejam implementados. Independentemente do tipo e intensidade do desastre, a geração de resíduos é inevitável. Esses resíduos, chamados de resíduos pós-desastre, são produzidos em grandes quantidades e podem prejudicar a economia local e o sistema de gerenciamento de resíduos existente, incluindo transporte e tratamento (Denot et al., 2015).

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