Da crise à inovação: orquestrando respostas aos desastres climáticos 156 Foram 478 municípios afetados, com uma população de 2.398.255 pessoas atingidas, 806 feridos e 183 óbitos confirmados (Rio Grande do Sul, 2024). No âmbito financeiro, dados parciais estimam cerca de R$12,2 bilhões em prejuízos informados pelos municípios gaúchos. Estes são divididos entre R$2,5 bilhões no setor público, R$5 bilhões no setor privado e R$4,7 bilhões, no setor habitacional, com mais de 110,9 mil casas danificadas ou destruídas (CNM, 2024), o que evidenciou a necessidade de respostas integradas frente aos impactos extremos das mudanças climáticas. Para além dos prejuízos financeiros e ambientais, os desastres ocorridos no Rio Grande do Sul em 2023 e 2024 evidenciamproblemas sociais, de acesso à moradia digna, não sanados pelo Estado, e que tendem a se intensificar com a maior frequência de eventos climáticos extremos (Bonfada et al., 2024). No que tange à educação básica, o tema das mudanças climáticas e seu impacto nos desastres ainda é pouco abordado por professores, ainda que a educação ambiental desde os anos iniciais de formação seja uma ferramenta crucial para mitigação de riscos, promovendo maior resiliência da comunidade (Tavares; Rocha; Oliveira, 2024). Observa-se, dessa forma, que soluções fragmentadas são insuficientes frente à complexidade dos desastres climáticos. É essencial uma resposta sistêmica e interdisciplinar que una direito, ciência, inovação e educação. Somente essa articulação permitirá enfrentar os desafios climáticos de forma eficaz e sustentável. Devem ser criadas políticas públicas eficazes, para prevenção, mitigação e resposta aos desastres, articulando diferentes esferas governamentais. Além de sistemas de alerta e reconstrução que tornem as comunidades, principalmente, as mais vulneráveis, resilientes a esses eventos (Levez; Cavalheiro; Stoll, 2024). Este artigo parte da concepção de que a Terra é um sistema vivo auto regulado, no qual a biosfera, atmosfera, oceanos e litosfera atuamde forma integrada e cooperativa, como objetivo demanter as condições necessárias à vida no planeta, funcionando como um organismo interdependente (Lovelock, 2006). Nesse cenário, conclui- -se que a tragédia analisada evidenciou falhas na articulação entre as dimensões estratégicas para a resiliência climática, demonstrando a necessidade de integrar, inicialmente, de forma mais eficiente o Meio Ambiente, à Inovação, ao Direito e à Educação. Nesta perspecti-
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