157 Claudia Alba Natali Malagri, Bruna Lara Moraes Alves, Jordana de Oliveira, Dusan Schreiber e Moema Pereira Nunes va foi formulada a seguinte pergunta de pesquisa: de que maneira a orquestração do ecossistema de inovação climática pode fortalecer a resiliência socioambiental e promover maior justiça ambiental? Para responder à questão central desta pesquisa, o trabalho objetivou investigar e propor um modelo integrado de orquestração do ecossistema de inovação climática, capaz de articular saberes jurídicos, educacionais, ambientais e de empreendedorismo, para enfrentar de forma colaborativa os desafios impostos pelos desastres climáticos, com foco na construção de políticas públicas, redes de cooperação e estratégias de educação empreendedora e ecoempreendedora orientadas pela justiça socioambiental. Para alcançar o referido objetivo, os autores optaram pelo formato de ensaio teórico reflexivo, fundamentado em revisão teórica crítica sobre o tema. O capítulo está dividido em sete seções. Após a introdução apresentada, são abordados no referencial teórico os temas: A Terra Como Gaia: Um Paradigma Sistêmico; Ecossistemas de Inovação (EI): Conceito, Estrutura e Potencial para a Resiliência; Direito Ambiental e Direito dos Desastres; a Educação no Coração da Inovação Climática. Com base nas análises realizadas a partir da literatura, é apresentada a Proposta de Modelo Integrado: Orquestração do Ecossistema de Inovação Climática, e por fim, as considerações finais. A TERRA COMO GAIA: UM PARADIGMA SISTÊMICO Gaia, a Mãe-Terra, segundo Hesíodo (2013), emergiu do Caos como uma das primeiras divindades da mitologia grega. Esse termo, utilizado por James Lovelock emparceria com a microbiologista Lynn Margulis, na década de 1979, surge para nomear a hipótese de Gaia. A Terra seria um sistema vivo auto regulado que, segundo essa hipótese, mantém a biosfera, a atmosfera, os oceanos e a litosfera como um único sistema complexo e não como partes isoladas. Dessa forma, esse sistema atuaria de forma cooperativa para a manutenção das condições favoráveis à vida no planeta, comportando-se como um único organismo vivo e interdependente (Lovelock, 2006). Stengers (2015) retoma Lovelock (2006) e, a partir de reflexões filosóficas, analisa Gaia como uma força inquietante, imprevisível e poderosa, que passa a ser um sistema que não responde
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