E depois dos desastres? Natureza e ciência: uma reconstrução assertiva

165 Claudia Alba Natali Malagri, Bruna Lara Moraes Alves, Jordana de Oliveira, Dusan Schreiber e Moema Pereira Nunes para a consecução dos direitos e para a eficácia das políticas públicas, sendo que urge a necessidade de implementação de tecnologias para definir e unificar as medidas preventivas e de reparação ambiental e social. Nesse cenário, a educação e a inovação – principalmente a climática – podem contribuir para a criação de novos cenários, novas tecnologias e de possíveis soluções para os problemas atuais. EDUCAÇÃO NO CORAÇÃO DA INOVAÇÃO CLIMÁTICA Retomando Isabelle Stengers (2015), é possível refletir sobre a intensificação dos desastres climáticos nos últimos anos. Mais do que simples alertas à humanidade, esses eventos devem ser compreendidos como chamados urgentes à ação. Eles exigem respostas éticas, políticas e coletivas diante das crises que já estão em curso. E, dessa forma, torna-se evidente que medidas e estratégias devem ser desenvolvidas para a preparação de indivíduos e comunidades para a superação de cenários de crise e reconstrução. Diante desse cenário, a educação ultrapassa os caminhos tradicionais e assume um papel estratégico ao incorporar novas abordagens, como a educação empreendedora, que propõe processos formativos capazes de envolver o indivíduo no reconhecimento, na avaliação e no aproveitamento de oportunidades (Paiva; Malagri; Schlesner, 2023). Simultaneamente, essas propostas contribuem para o desenvolvimento de competências e habilidades aplicáveis a diferentes contextos sociais, econômicos e ambientais (Silva; Pena, 2017). Assim, promovem não apenas a formação de sujeitos críticos e criativos, mas também a construção de soluções inovadoras alinhadas às demandas contemporâneas (Dolabela; Filion, 2013). Com base em Karaday et al. (2024), percebe-se que tanto a educação empreendedora quanto a ecoempreendedora — conforme discutido em Shrestha e Bhattarai (2023) e Aini e Yuliaji (2023) — podem contribuir significativamente para os esforços de reconstrução após desastres, especialmente em contextos ligados às mudanças climáticas. Nesse cenário, esses aprendizados assumem um papel central como instrumentos de transformação social e ecológica, fomentando soluções inovadoras e regenerativas que favorecem processos de reconstrução física, ética, ecológica e comunitária.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz