E depois dos desastres? Natureza e ciência: uma reconstrução assertiva

Da crise à inovação: orquestrando respostas aos desastres climáticos 168 Portanto, diante da grave crise climática vivenciada no Estado do Rio Grande do Sul em 2024, evidencia-se a necessidade imediata de políticas públicas integradas, associadas à criação de hubs de inovação e redes colaborativas que articulem setores sociais, acadêmicos e produtivos em favor da justiça climática (Dangelico; Pujari, 2010) e da regeneração ambiental (Stengers, 2015). Nesse sentido, propõe-se a adoção de um framework adaptável, com diretrizes que possam ser replicadas em diferentes territórios, respeitando os limites ecológicos, as especificidades socioculturais e os saberes tradicionais locais. Assim, uma abordagem que une inovação, justiça climática e educação transformadora, operando de maneira participativa, inclusiva e em sintonia com os ciclos naturais, configura-se como caminho estratégico para a constituição de sociedades mais resilientes e ambientalmente sustentáveis. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho articulou as relações e intersecções existentes entre inovação, direito, educação e meio ambiente. Desastres ambientais como o que aconteceu no Rio Grande do Sul suscitam a necessidade de estudar os riscos ambientais e de compreender as multifaces dos danos, os quais adquirem caráter ambiental, social, cultural e humano. Assim como a sociedade, o direito está em constante evolução, e carece de uma análise não só jurídica, mas social das mais variadas situações, unindo forças e esforços para o bemde todos. Diante dos desafios contemporâneos, torna-se indispensável inserir a temática ambiental de forma efetiva na educação, em todos os níveis de ensino. As mudanças climáticas, enquanto pauta global, demandam atenção imediata, pois ignorá-las compromete o desenvolvimento atual e a sustentabilidade das próximas gerações. Assim, a educação se configura como pilar essencial para a conscientização e compreensão das dimensões ambientais, sociais e humanas dos desastres, ao passo que poder público e sociedade civil compartilham a responsabilidade ética de proteger e preservar o meio ambiente. Os momentos de crise – incluindo as crises climáticas – trazem consigo a capacidade de se reinventar e de permitir novas saídas, aliando forças da sociedade, da comunidade escolar e das prá-

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz