E depois dos desastres? Natureza e ciência: uma reconstrução assertiva

203 Alana Witt Hansen, Gabriela Saldanha Monteiro, Bruna Saraiva Hermann e Juliane Deise Fleck tras técnicas moleculares, como o sequenciamento de genoma viral, foram utilizadas para identificar e caracterizar as variantes virais presentes nas amostras. A sorotipagem do vírus da dengue, que envolve a identificação dos diferentes sorotipos do vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), foi uma etapa importante das análises. A identificação dos sorotipos circulantes na região é fundamental para o controle epidemiológico, pois diferentes sorotipos podem estar associados a variações na gravidade da doença e na resposta imunológica da população. Conhecer os sorotipos predominantes permite direcionar mais adequadamente as estratégias de prevenção e controle, além de auxiliar na previsão de possíveis surtos, agravamento dos casos, e na implementação de medidas de saúde pública mais eficazes. A Figura 1, ilustra a distribuição dos diferentes sorotipos de dengue nas unidades federativas, destacando a predominância dos sorotipos DENV-1 e DENV-2 no Rio Grande do Sul. Além dos vírus da dengue, o laboratório também analisou amostras para a detecção de vírus respiratórios, incluindo Influenza A, Influenza B, vírus sincicial respiratório (RSV) e SARS-CoV-2. Os vírus Influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais de gripe, que podem causar sintomas como febre, tosse, dores musculares e fadiga (Luštrek et al., 2024). O vírus sincicial respiratório (RSV) é uma causa comum de infecções respiratórias em crianças e idosos, podendo acarretar bronquiolite e pneumonia, de gravidade variável (Dietz et al., 2024). O SARS-CoV-2, causador da covid-19, permanece uma preocupação global devido à sua alta transmissibilidade e potencial para causar complicações graves (Shu et al., 2022). Esses vírus respiratórios foramdetectados utilizando técnicas de RT-qPCR e sequenciamento completo dos genomas virais, permitindo uma caracterização detalhada dos patógenos presentes nas amostras. A correta identificação desses vírus é essencial para o monitoramento epidemiológico e a implementação de medidas eficazes de controle e prevenção, especialmente em situações de emergenciais como a enchente de 2024.

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