E depois dos desastres? Natureza e ciência: uma reconstrução assertiva

O desastre climático do Rio Grande do Sul: violações aos direitos humanos e a invisibilidade dos desterrados ambientais 46 final de abril 1,5 mil pessoas. Outros programas em andamento são o “Minha Casa Minha Vida (MCMV) – Fundo de Arrendamento Residencial, fundo público criado para financiar programas de habitação do governo federal para contratação de novos empreendimentos, e também o MCMV Rural”. A previsão é de vinte mil unidades, sendo que até o momento foram “empenhados R$ 3,48 bilhões para a construção de 17,5 mil moradias” para as famílias que tiveram suas residências comprovadamente destruídas ou interditadas. Programas estaduais como “A Casa é Sua – Calamidade” (construção de moradias com 44 m² de área total para as populações vulneráveis que não dispõe de recursos) e o programa “Porta de Entrada” destinado à população com condições de assumir um financiamento habitacional, mas não tem valor disponível para dar a entrada. Assim, foram disponibilizados R$ 120 milhões que visam garantir um subsídio de R$ 20 mil para atender 6 mil contratos (Fróis; Reinholz, 2025). O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que tem atuado no apoio aos atingidos pelo desastre climático do estado do Rio Grande do Sul, cobra do poder público não apenas a “construção de casas isoladas, mas a reconstrução das comunidades, de bairros inteiros, com sistemas de proteção e toda infraestrutura necessária para a retomada da vida”, como ação essencial para devolver a dignidade e a chance real de um novo recomeço. O MAB também denuncia que um grande volume de famílias, por não terem sido reconhecidas como atingidas, não serão beneficiadas pelos programas prometidos na esfera estadual e federal. Em alguns locais as casas temporárias foram construídas a partir de estruturas de contêineres e as pessoas sofrem com o “calor excessivo, quedas frequentes de energia, transbordamento do esgoto e o isolamento da vila, que fica longe do centro e de linhas de transporte público” (MAB, 2025). O MAB também denuncia que alguns cidadãos que voltaram para suas casas danificadas enfrentam tensões e intimidações de órgãos municipais que entram commaquinários pesados para demolir residências vizinhas desocupadas. Famílias que não conseguiram garantir outramoradia tememdeixar o que restou de suas casas, pois não têm para onde ir. Não querem ser tratadas como “empecilhos para as obras de segurança”; não se recusam a sair, só querem “sair comdignidade, coma chave de uma nova casa namão”. Mesmo quem é contemplado pelo programa Compra Assistida, os valores disponi-

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