E depois dos desastres? Natureza e ciência: uma reconstrução assertiva

57 A RELAÇÃO ENTRE OS DESASTRES, AS FLEXIBILIZAÇÕES E COMPORTAMENTOS QUE DESAFIAM O MEIO AMBIENTE1 Danielle Paula Martins2 DESASTRES E MEIO AMBIENTE: PONTO DE PARTIDA Os equívocos de uma sociedade que busca crescer sob apenas um eixo do desenvolvimento: o econômico, somados a nossa morosidade em responder com eficiência aos alertas da ciência, do clima e dos conhecedores da natureza como os povos indígenas e tradicionais, nos conduziram a uma realidade que já não conseguimos mais administrar. Gerenciar as cidades que criamos se tornou um dos maiores desafios da atualidade, juntamente ao gerenciamento dos frequentes desastres que ocorrem no presente século. Apesar do desenvolvimento de cidades altamente conectadas entre si que possibilitamnegócios, aquisições de bens e serviços globais, rapidez na comunicação e acessos jamais vistos, os aglomerados humanos crescem de forma desordenada, com foco nos interesses econômicos de alguns grupos sociais e refletem os desrespeitos aos limites da natureza ou dos ecossistemas que pertencem. Prospecta-se que, em 2050, 68,4% da população mundial será urbana (DESA, 2020), e isso merece significativa atenção, especialmente pelos efeitos em aglomerados humanos que na ocorrência de desastres, são atingidos commaior proporção. Atualmente, os 1 O texto originário do ensaio foi publicado na Revista TEXTUAL / SINDICATO DOS PROFESSORES DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – 16779126, de 01/10/2024. 2 Doutora em Qualidade Ambiental pelo Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale. Líder do Projeto Integrado Laboratório de Vulnerabilidade, Risco e Sociedade, Docente e Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental e de cursos de graduação da Universidade Feevale. DOI: https://doi.org/10.29327/5564333.1-3

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