E depois dos desastres? Natureza e ciência: uma reconstrução assertiva

61 Danielle Paula Martins Desastre classificado como natural, com foco em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, maio de 2024 Foto: Ricardo Stuckert/PR/Agência Brasil Tanto dos desastres classificados como naturais, ou tecnológicos precisam ser conhecidos e gerenciados, de modo a minimizar os riscos a partir da adoção de planos de contingência, preparação das populações, sistemas eficientes demonitoramento e alerta, além de fortalecimento das capacidades institucionais. Porém, para Borraz (2014), o Estado perde a capacidade de controlar as atividades de alta complexidade devido ao avanço tecnológico e à escassez de recursos. Apresenta falhas na proteção das populações com relação aos perigos, a exemplo de desastres como Seveso, na Itália; Chernobyl e Bopal. No Brasil, pode-se salientar tambémque a pouca prioridade no desenvolvimento de estruturas de proteção e defesa civil bem-preparadas e equipadas, com recursos voltados à prevenção e preparação, demonstram as fragilidades do estado em gerenciar os riscos. Exemplificam isso alguns exemplos de desastres tecnológicos de ocorrência recente: os seguidos rompimentos de barragens de rejeito da indústria da mineração, que provocaram perdas irreparáveis em Mariana e Brumadinho, no estado de Minas Gerais, nos anos de 2015 e 2019, sendo esse último um dos maiores desastres industriais do país. Ou, a grande mortandade de peixes que ocorreu na Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul, em 2006, motivada por lançamentos de efluentes e tantos outros, que apontam convergência a teoria de Beck. Os desastres são assim nomeados porque geram distúrbios à sociedade, comprometem atividades produtivas, a circulação de

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