A relação entre os desastres, as flexibilizações e comportamentos que desafiam o meio ambiente 62 pessoas, o tráfego, perdas e danos aos humanos. Portanto, eles ocorrem sob uma área chamada como de risco, e se tratando de desastres motivados por chuvas (os hidrometeorológicos), onde o componente “mudanças do clima” ganha relevância, atualmente no Brasil são mapeadas pelo Serviço Geológico do Brasil, um importante e reconhecido órgão público que gera conhecimento acerca das geociências. Embora ainda não tenha mapeado todos os locais, já são 1.690 municípios do país com áreas de risco, informações que inclusive estão disponíveis gratuitamente para todos esses municípios, e que devem ser consideradas no planejamento urbano. Mas, para essas áreas existirem, é fundamental considerarmos as componentes do risco, como, por exemplo, a vulnerabilidade. E o contexto de vulnerabilidade é algo que, nas cidades, é uma composição de elementos, dentre eles: a dificuldade de acesso à moradia digna e às condições de desigualdade, a ocupação de áreas que são naturalmente mais sensíveis como próximo aos corpos hídricos, ou áreas declivosas. Esses elementos, associados ao contexto socioeconômico instalado especialmente nas cidades médias e grandes, onde, por exemplo, o precário planejamento urbano mais as desigualdades, condiciona que o acesso à terra está fortemente associado às condições financeiras dos indivíduos, designando quais serão as populações mais prejudicadas nos eventos resultantes em desastres. Os conflitos, no que tange a usos, ocupações e legalidade na posse da terra, são característicos destes espaços de risco, além das carências estruturais e do crescimento constante da população economicamente desfavorecida, constituindo elementos que contribuem para o aumento da vulnerabilidade dos que ali residem. É notório ressaltar que a vulnerabilidade é uma condição de todos os humanos, porém alguns apresentam níveis mais exacerbados de vulnerabilidade, frente às características que os compõe, ou dos ambientes que estão inseridos. A relevância de compreender os níveis distintos de vulnerabilidade das populações em uma cidade está igualmente à importância de produzir mapeamentos de áreas inundáveis, alagáveis ou que podem deslizar, pois será esse conhecimento que permitirá designar quais são os locais que precisam de maior assistência, de fortalecimento social com trabalhos de educação, preparação, ou melhores estruturas como no caso de obras e medidas de adaptação. O Marco de Senday, importante referência
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