E depois dos desastres? Natureza e ciência: uma reconstrução assertiva

A relação entre os desastres, as flexibilizações e comportamentos que desafiam o meio ambiente 70 tema “riscos e desastres”, parte da formação escolar e da sociedade como um todo. Conforme orienta o Marco de Senday, devem compor as prioridades propiciar a compreensão dos riscos de desastres e aumentar a preparação, e isso só será possível com ações de comunicação e educação. Deve-se lembrar inclusive que já temos previsto em política pública a inclusão destes temas na formação escolar, onde no inciso “§ 7º está posto que “Os currículos do ensino fundamental e médio devem incluir os princípios da proteção e defesa civil e a educação ambiental de forma integrada aos conteúdos obrigatórios.” (PNPDC-2012). É fundamental que a sociedade compreenda a relevância da proteção ambiental para assegurar condições de qualidade de vida, bem como, que desenvolva percepção de riscos para agir preventivamente, contribuindo com a redução das perdas. Só com envolvimento da sociedade, será possível reduzir a vulnerabilidade, adequar os usos do solo para formas mais seguras, e a construção de uma adaptação condizente com os distintos contextos que vivemos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os desastres que acometem o Brasil e o mundo são a oportunidade de avaliarmos o modo como nós humanos temos nos relacionado com o planeta e as outras formas de vida, com os recursos naturais e entre nós, da mesma espécie. São as irresponsabilidades de populações que por gerações ao usufruir da natureza de forma desmedida, gerando emissões, resíduos, líquidos e consumido os recursos minerais, florestais, hídricos como se estes estivessem exclusivamente ao nosso dispor, evidenciam que é necessário repensar e agir de forma diferenciada. Não são “castigos da natureza”, mas alertas de que o desequilíbrio compromete as condições de manutenção da vida. Também, o modo como nos distribuímos no território, expropriando alguns segmentos da sociedade, os condicionando a ocupar áreas “menos valorizadas”, hoje evidenciam que criamos cenários de alta vulnerabilidade social que custam para toda a sociedade, que comprometem o nosso avanço e desenvolvimento, e nos distanciam de atingirmos metas globais, como a tão falada Agenda 2030 da ONU.

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