Desastres climáticos no Rio Grande do Sul (1991-2024) e a contribuição do direito para a mitigação dos impactos socioambientais 82 Figura 3. a) Ocorrências de enxurradas no Rio Grande do Sul no período de 1991-2024. b) Distribuição geográfica do número de enxurradas no Rio Grande do Sul no período de 1991-2023. Fonte: Atlas Digital de Desastres no Brasil e Sistema Integrado de Informações de Desastres (S2iD). Elaboração Figura 3a: autores, 2025. No período de 1991-2024, teve-se a ocorrência de 1.140 chuvas intensas. Não há registros para o período de 1991-2009. No entanto, os maiores números de ocorrências concentraram-se anos de 2023 e 2024, sendo 366 e 473 ocorrências, respectivamente (Figura 4a; Figura 4b). Considerando o período de 1991-2023, as chuvas intensas foram responsáveis por 36 óbitos (Figura 2a) e 105.579 pessoas desabrigadas e desalojadas (Figura 2b). O número total de afetados atingiu 3.657.306 indivíduos (Figura 2c), evidenciando que, apesar de o número de registros de chuvas intensas ser menor que o de enxurradas (Figura 3a e Figura 4a), seu impacto sobre a população foi consideravelmente maior. As chuvas intensas funcionam como um fator desencadeador de outros desastres, como inundações e enxurradas, ampliando os danos causados à população e à infraestrutura. Do ponto de vista econômico, os prejuízos associados às chuvas intensas somaram R$ 9,64 bilhões (Figura 2d), um valor superior ao das enxurradas e inundações. Medidas como o fortalecimento dos sistemas de alerta precoce, o aprimoramento da infraestrutura urbana para drenagem eficiente e a regulamentação da ocupação de áreas de risco são essenciais para minimizar os impactos das chuvas intensas. Além disso, políticas públicas voltadas para a resiliência climática e a adaptação das cidades e do setor agrícola aos extremos climáticos são fun-
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz