Discriminação algorítmica, Inteligência artificial, Hipervigilância digital e tomada de decisão automatizada

Do ciberespaço ao capitalismo de vigilância: uma nova configuração de poder arquitetada sobre dados 134 da informação os “relacionamentos sociais foram energizados por um fluxo informacional que não encontram mais obstáculos físicos distanciais”, havendo uma “nova compreensão (mais abreviada) da relação entre espaço-tempo” (Bioni, 2021, p. 3). Por seu turno, Castells (2022, p. 65) pontua que a Internet se originou de uma ousada arquitetura da rede de comunicação horizontal global pensada para dar suporte à sociedade informacional, o que foi essencial para transformar o processamento de informação e conectividade na nova fonte de produtividade. A Internet foi pensada de forma a não poder “ser controlada a partir de nenhum centro e é composta por milhares de redes de computadores autônomas com inúmeras maneiras de conexão, contornando barreiras eletrônicas”. A sociedade em rede está ligada à reestruturação e ao rejuvenescimento do capitalismo que não é mais alicerçado na produção de bens, mas conectado às redes globais de instrumentalidade. O desenvolvimento de dispositivos portáteis interconectados por redes sem fio foram fundamentais para dar suporte à comunicação e informatização generalizada. A sociedade em rede, nada mais é do que uma sociedade conectada em “qualquer lugar e a qualquer momento”, independente de quaisquer barreiras de tempo e espaço (Castells, 2022, p. 65-76). A cada novo período histórico, a humanidade tem a sensação de estar vivenciando uma grande virada. Para Lévy, no contexto contemporâneo, o ser humano está vivenciando uma das maiores mutações relacionada ao desenvolvimento da inteligência coletiva que se materializa no compartilhamento em massa e na interconexão em tempo real e sem barreiras geográficas de informações, imagens, dados, acesso ao processo intelectual coletivo, troca de conhecimento, autocriação de novas informações e saberes, navegação nos saberes construídos no ciberespaço (Lévy, 2011, p. 116-117). O que torna a Internet tão interessante é o fato de representar um objeto dinâmico, comum e construído por todos que a utilizam. A cada interação o informata, consciente ou inconscientemente, auxilia a ampliá-la e a tornar-se ao mesmo tempo o objeto comum de seus produtores e exploradores. O ciberespaço, como uma supervia eletrônica, apropria-se do objeto circulante e “faz crescer consideravelmente a força virtualizante e a velocidade de circulação dos objetos monetários e científicos”. Por outro lado, o ciberespaço é uma nova forma de fazer

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