Hipervigilância, hacking governamental, genocídio quântico e big data 16 único panóptico: “não existe um fora do panóptico; ele se torna total, não existindo muralha que possa separar o interior do exterior”. Gigantes da rede como Google e Facebook, apresentam-se como espaços de liberdade, porém, também podem ser instrumentos da adoção de formas panópticas, a exemplo das revelações feitas por Edward Snowden, em 2013, sobre o projeto PRISM, cujo programa permitia à Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) obter praticamente o que quisesse das empresas de internet. Ocorre como traço fundamental do panóptico digital o protocolamento total da vida, substituindo-se a confiança pelo controle, seguindose uma lógica da eficiência. A possibilidade de um protocolamento total da vida substitui a confiança inteiramente pelo controle. No lugar do Big Brother, entra o big data. Vive-se a ilusão da liberdade (autoexposição e autoexploração). Aqui todos observam e vigiam a todos. O mercado de vigilância no Estado democrático tem uma proximidade perigosa do Estado de vigilância digital. No lugar do biopoder surge o psicopoder, pois há condições de intervir nos processos psicológicos. É mais eficiente do que o biopoder pois vigia, controla e influencia o ser humano não de fora, mas a partir de dentro. Era da psicopolítica digital. Os grandes volumes de dados são, pois, um fator de mudança decisivo. Do onipresente código de barras permitindo a identificação de produtos segundo o tipo ou a fábrica, evoluímos para os chips de identificação por radiofrequência (RFID – Radio Frequency Identification), compreendendo em identificadores individuais para cada produto, e para os códigos de resposta rápida (QR, de Quick Response Code), conjuntos de símbolos colocados em produtos e que são escaneados por smartphones, e braceletes de silício comum QR permitindo a leitura de dados de contato e links de mídia social como um verdadeiro hyperlink humano. Acerca do novo sistema de vigilância em massa Snowden no seu livro Eterna vigilância, afirma que passamos de uma vigilância direcionada a indivíduos à vigilância em massa de populações inteiras, comdestaque para os bilhetes de identidadenacionais como um dos fatores centrais, conjugando-se tecnologia de alta precisão com biometria incorporada e chips RFID, com argumentos em torno de melhor exatidão, eficiência e rapidez, controle de imigração, medidas antiterrorismo, governo eletrônico, contudo, apesar de
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz