A precaução emanada de recomendações internacionais para edificação de estratégias responsáveis no desenvolvimento e implementação de sistemas de inteligência artificial 292 dia mais dela se depende. Diante da dinamicidade assustadora do desenvolvimento das IA muitas dúvidas surgem sobre seus riscos, já que as oportunidades são claramente visíveis e estampadas pelas empresas desenvolvedoras dos sistemas. A questão é o outro lado, onde residem os riscos humanos, às questões éticas, às ameaças aos Direitos Humanos. A partir deste cenário o presente capítulo tem como objetivo geral: abordar a precaução emanada de recomendações internacionais para edificação de estratégias responsáveis no desenvolvimento e implementação de sistemas de inteligência artificial. Diante disso, o problema de pesquisa revela-se no seguinte questionamento: Quais são as facetas do Princípio da Precaução voltado para as estratégias de proteção humana em sistemas de IA? Para atender a meta de pesquisa parte-se inicialmente da abordagemsobre o surgimento das IA e seus desdobramentos, na sequência abordar-se-á o princípio da precaução como medida cautelar para os efeitos das tecnologias emergentes e, por fim, os reflexos da precaução com os riscos da ia nas organizações internacionais. Ametodologia da pesquisa adotada é a exploratória, commétodo de abordagem dedutivo, utilizando-se da pesquisa bibliográfica como procedimento técnico. 2. O SURGIMENTO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E SEUS DESDOBRAMENTOS Anteriormente a aparição de máquinas capazes de simular a cognição humana através de sistemas computadorizados, pensadores da antiguidade àmodernidade já se questionavamacerca da possibilidade de existir similitude entre computar e racionalizar, tendo- -se como exemplo o corporeísmo mecanicista hobbesiano (Antiseri; Reale, 2017, p. 390). O filósofo tratava, em suas lições, de alçar uma notória antítese as premissas aristotélicas prescritas no tratado metafisica quanto a finalidade da filosofia, desvencilhando-a das puras atividades contemplativas. Para Hobbes, a tarefa e o objeto da filosofia são direcionados aos corpos, os dividindo como i) corpos naturais inanimados, ii) naturais animados, como o homem, e iii) corpos artificializados, sendo um dos representantes mais conhecidos as teorias do Estado (Antiseri; Reale, 2017, p. 393).
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