Navegando no metaverso: benefícios, riscos, discriminação algorítmica e a necessidade de regulamentação para proteger o consumidor 346 compra e venda de infoprodutos, tanto os destinados à troca de informações, como aqueles que propiciam uma melhor experiência com a realidade. Em verdade, o Metaverso não é uma inovação tecnológica, visto que no ano de 1999 surgiam plataformas muito semelhantes com a apresentação desse espaço de realidade virtual, é o exemplo do Second Life, jogo interativo que simulava uma vida real e social, mas que não foi continuado por necessidade de expressivos investimentos financeiros. O que se tem de novo, portanto, são os avanços criados pela tecnologia, que propiciaram a apresentação de um ambiente graficamente mais desenvolvido e aperfeiçoado. Como avanço da tecnologia e da conectividade, o ciberespaço do Metaverso ganhou maior visibilidade no mundo real e foi elevado a outro patamar de realidade virtual, agora muito mais interessante. Assim, desse chamado “novo período da internet”, nascem preocupações éticas e jurídicas para regular as relações e as experiências experenciadas nessa realidade tridimensional. No Metaverso os algoritmos são amplamente utilizados para personalizar experiências, moderar conteúdo e facilitar transações. Quando esses algoritmos não são projetados de forma justa e transparente, podem surgir vieses e várias formas de discriminação. Nos últimos anos, discussões éticas e morais sobre a criação digital de um ambiente alternativo foram discussões presentes quando se conceitua Metaverso. Nesse sentido, pela expansão comercial do Metaverso como uma plataforma com um viés muito mais pecuniário do que interativo, objetiva-se no presente estudo examinar, sob a ótica do direito do consumidor, como as relações comerciais podem ser afetadas por discriminação algorítmica. 2. A AMPLIAÇÃO DOS AMBIENTES VIRTUAIS IDIMENSIONAIS PARA TRIDIMENSIONAIS E A DINÂMICA SOCIAL E COMERCIAL DENTRO DE ALGUMAS PLATAFORMAS À primeira vista, o conceito de realidade virtual pode parecer contraditório. Como algo virtual pode ser considerado real? Todavia, os ambientes virtuais são percebidos como realidades diferentes, alternativas e artificialmente criadas, que nossos sistemas sensoriais
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