Discriminação algorítmica, Inteligência artificial, Hipervigilância digital e tomada de decisão automatizada

375 Maiara Ubinski Bauer e André Rafael Weyermüller pelo próprio homem, que o trouxe à sua posição atual, e o resultado mais importante dessa sua diferenciação intelectual foi a criação da linguagem. Através dela, o ser humano passou a utilizar símbolos ou imagens diferentes e estabeleceu uma nova ordem de relações que foram muito usadas ​como ferramentas para transmitir conhecimentos e emoções adquiridos. Com isso, pode-se perceber que a arte sempre foi um produto espontâneo, direto e necessário dentro das atividades humanas (Silveira, 2018, p. 3). Segundo Diamond, a arte é o atributo único mais sublime da humanidade: ela separa os seres humanos dos animais – assim como a linguagem falada – que é diferente de tudo o que os animais podem fazer. Diamond ainda complementa que a arte é considerada mais nobre do que a linguagem, uma vez que a linguagem é, na verdade, “apenas” um avanço complexo dos sistemas de comunicação animal, que tem uma evidente função biológica para ajudar o homem a sobreviver e claramente evoluiu a partir dos sons produzidos por outros primatas (Diamond, 2011, p. 188). A criação desde sempre foi necessária para a sobrevivência humana. Tudo o que ultrapassava o quadro convencional e continha algo novo, por menor que fosse, era relevante para o processo criativo desde as suas origens. Ao contrário da crença comum em alguns contextos educativos, institucionais ou não, as capacidades criativas estendiam-se a todas as áreas da vida social e cultural humana: nas artes, tecnologia, ciência e sociedade, não apenas em uma delas. O processo de humanização do Homo sapiens se baseou no fator básico da transformação de suas características naturais ou biológicas, herdadas das espécies precedentes no processo de hominização, sob a influência da cultura e ações das condições que o próprio criou após se descobrir capaz de transformar a natureza da qual fazia parte (Pino, 2016, p. 47). Após o período Paleolítico, desenhos e gravuras nos interiores de cavernas sugeriam que, nos pousos de caça e pesca, eram construídas cabanas grosseiras, sendo encontrado na Dinamarca os sinais mais antigos de habitação construída pelo homem, marcando o início de obras arquitetônicas. Já no Paleolítico Superior, período no qual os principais utensílios do homem incluíam o machado de mão, estatuetas de marfim e osso, desenhos entalhados e objetos de adorno pessoal começaram a aparecer (Battistoni Filho, 2012, p. 16).

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