Autoria e inteligência artificial 376 As tentativas de deixar registros permanentes datam de pelo menos 20 mil anos atrás, durante a última Era Glacial da Europa, quando os caçadores paleolíticos regularmente faziam incisões em ossos e chifres. As incisões podem ter servido como calendários, talvez registrando os movimentos migratórios de suas presas. Assim, a escrita foi a ferramenta mais importante para o desenvolvimento intelectual humano. Antes da escrita, o conhecimento e a experiência acumulados por um indivíduo ou grupo só podiam ser transmitidos através da fala. O conhecimento que era transmitido oralmente podia se perder devido à morte do indivíduo ou distorcido pela falha da memória humana. Após o surgimento da escrita, o conhecimento pôde ser registrado e armazenado com o passar dos anos (Crofton; Black, 2019, p. 157). Passando para o período Neolítico, que seria a idade da Pedra Polida, o homem passou a ter um estilo de vida mais sedentário e foi se aproximando de um estágio mais social. Seria o nascimento dos primeiros Estados e, consequentemente, de práticas econômicas, como a criação de animais, artesanatos, agricultura e relações de trocas. Nesse período também cresceram as atividades dos ceramistas. O escultor passou a cozinhar a argila, confeccionando vasos que eram até munidos de alças, muitas vezes com desenhos abstratos (Battistoni Filho, 2012, p. 19). O Egito, inclusive, foi um dos principais alvos de grandes obras, tendo um imenso legado cultural. Sabe-se que o Egito é a terra das pirâmides, grandes montanhas de pedras que, por mais misteriosas que podem parecer, contam muito sobre a história da humanidade e da arte. Para os egípcios, a preservação do corpo não era o suficiente, portanto, a imagem do rei também precisava ser preservada para que ele continuasse vivendo para sempre. Dessa forma, era ordenado aos escultores que esculpissem a cabeça do rei em granito imperecível, escultura essa que era colocada na tumba, lugar que ninguém veria. Isso exerceria uma magia que ajudaria a manter a alma do rei viva na imagem esculpida. Assim, para os egípcios, o escultor era chamado de “aquele que mantém vivo”. Diante desse contexto, conclui-se que, se o homem refletir sobre o significado da arte através de atividades como a construção de templos e casas, pintura e esculturas, tecelagem de padrões etc., concluirá que ninguém no mundo pode viver sem a arte (Gombrich, 2000, p. 32).
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