Discriminação algorítmica, Inteligência artificial, Hipervigilância digital e tomada de decisão automatizada

415 Agnes Borges Kalil, Haide Maria Hupffer e Dailor dos Santos dizado de máquinas e sistemas de Inteligência Artificial. Como resultado, os algoritmos passarama ser os novos intermediários culturais no consumo de cultura. Gigantes da tecnologia e grandes grupos de multimídia acessados para produtos culturais, como o “YouTube, Amazon, Spotify, Pandora, Tidal, Netflix, Facebook e Twitter, são baseadas em algoritmos de recomendação que provaram ser a maneira mais eficaz para gerenciar e controlar a oferta e a demanda de conteúdo online” (Santini; Salles, 2020). A simbiose entre Inteligência Artificial, algoritmos, Big Data e as grandes plataformas colocam a humanidade frente a uma das mais desafiadoras mudanças paradigmáticas das dinâmicas culturais. Todos os campos da atividade humana estão sendo invadidos pela Inteligência Artificial (IA), inclusive moldando as preferências e as práticas culturais, comsugestões demúsicas, vídeos, filmes, séries e livros nos serviços de streaming, como também está presente nas várias etapas dos ciclos de cultura (criação, produção, difusão e consumo dos bens culturais). A IA “entrou na cadeia de valor cultural em diversos domínios” em todos os domínios das artes (sonoras, performáticas, espaciais, visuais, audiovisuais, transmidiáticas e narratológicas), o que levanta discussões éticas, de autoria, autonomia, livre desenvolvimento da personalidade (Santaella, 2021, p. 7-10). Também deve-se reconhecer que a IA tem propiciado o encontro da tecnologia com a cultura passando a ser um espaço para apoiar processos artísticos e criativos, oportunizar que artistas possam criar obras instigantes que podem ser disseminadas para um público maior, sem fronteiras geográficas, engajando mais atores no processo, ou seja, a IA hoje é um espaço onde a cultura acontece. Contudo, diversas são as questões que ética, jurídicas e sociais que merecem atenção, como deepfakes, direitos autorais, precarização da remuneração de criadores, depauperação de habilidades, redução da intervenção humana, como também as plataformas mantém a opacidade em relação as escolhas e parâmetros dos algoritmos, podem esconder vieses discriminatórios que prejudicam grupos sociais e culturas regionais, ao afetar sua inclusão e seu senso de pertencimento, riscos à liberdade de expressão, acesso à informação e à diversidade cultural (Oliveira, 2022, p. 22-28). As grandes plataformas que dominam o mercado cultural digital, além de moldar o gosto cultural, também podem limitar o

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