439 Luan Tomaz Ferreira, Daniel Kessler de Oliveira e Diogo Machado de Carvalho cerca de 8 milhões de cidadãos cadastrados (Canto, 2019, p. 02-04). Em tom crítico, ela descreve que: Além da distopia orwelliana brasileira acontecer no plano real por meio de importações de dispositivos estrangeiros, o fornecimento, por exemplo, de um banco de dados com informações de pessoas procuradas a empresas internacionais e a opacidade em relação à falta de dados oficiais acerca da eficácia das novas medidas são só algumas das diversas problemáticas constatadas. Além disso, vale mencionar que a aplicação da tecnologia foi alvo de críticas em razão da sua implementação no ambiente escolar, onde no ano de 2021, a Secretaria Municipal de Educação de Goiânia, através do programa Conecta Educação, investiu mais de 9 milhões de reais para a instalação de totens de reconhecimento facial nas 370 escolas de ensino básico, levantando o debate em torno do alto investimento em vigilância no lugar de investimento em alimentação, em plena pandemia, visto que, emmuitos casos as merendas servidas nas escolas eram a única refeição diária de muitos alunos (Rodrigues, 2021). Nesse cenário, o uso de tecnologias, em especial as algorítmicas, é compreendido como um movimento que busca modernizar a segurança pública, buscando maior eficiência na gestão da segurança e objetividade das práticas por meio da automatização de processos, descentralizando a responsabilidade da ação da subjetividade do policial (Nunes; Lima; Rodrigues, 2023). Contudo, é importante observar que a aplicação do reconhecimento facial biométrico direcionada ao setor da segurança pública alterna entre casos de fracasso e sucesso, sendo necessário citar alguns exemplos, como quando uma mulher foi detida, por engano, no Rio de Janeiro (G1, 2023), ou como se verificou no Carnaval de Salvador de 2019, onde um homem que era procurado por homicídio desde 2017 teve a sua identidade reconhecida pelo sistema de vigilância do Governo da Bahia. Na ocasião, embora ele estivesse fantasiado de mulher, a tecnologia foi exitosa em reconhecê-lo como o indivíduo que estava foragido da justiça (Alves, 2023). Em observação ao cenário Latino-Americano, a expansão das atividades de reconhecimento facial urbano tem sido uma das principais respostas aos problemas de violência e criminalidade, servin-
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