469 Adilson José Bressan e Reginaldo Pereira Mais tarde, em 1950, já famoso por sua contribuição durante a Segunda Guerra Mundial, Alan Mathison Turing escreveu o artigo Maquinismo Computacional e Inteligência (Computing Machinery and Intelligence), abordando se seria possível ou não fazer uma máquina pensar. Na ocasião, Turing propôs que a questão fosse analisada com base em um teste empírico que medisse o desempenho de uma máquina em relação ao desempenho de um ser humano. O teste de Turing, que ele chamou de “Jogo da Imitação”, consistia em colocar a máquina e um humano em salas separadas, para serem interrogados por outro humano, que não podia ver os participantes nem sabia com qual estava se comunicando. A comunicação se dava de maneira textual, por meio de um terminal, e o objetivo era analisar se o interrogador decidiria erradamente com tanta frequência como quando o jogo era jogado entre um homem e, no lugar da máquina, uma mulher (Turing, 1950)3. Não por acaso, Alan Turing é considerado uma figura das mais importantes em ciência da computação e tido por muitos como o “pai da inteligência artificial” (Traulli, 2020). Contudo, o termo “Inteligência Artificial” foi utilizado pela primeira vez pelo professor John McCarthy durante a Conferência de Dartmouth em 1956. McCarthy utilizou o termo definindo-o como ciência e engenharia de construir e tornar máquinas inteligentes. Foi a partir dessa conferência que a IA passou a ser tratada como um campo na ciência da computação (Valdati, 2020). No ano seguinte, Frank Rosenblatt, da Universidade Cornell, criou o Mark 1 Preceptron, conhecido como a primeira aplicação de redes neurais e desenvolvido para o reconhecimento de imagens. Em 1964 teve o primeiro chatbot do mundo, o software ELIZA, que conversava de forma automática imitando uma psicanalista, usando respostas baseadas em palavras-chave e estrutura sintática. O usuário podia digitar perguntas e o programa Eliza fornecia conselhos, tendo funcionado tão bem que algumas pessoas acreditavam que Eliza era um humano. (Kneusel, 2024). 3 O teste era uma adaptação do jogo jogado entre um homem, uma mulher e um interrogador. O interrogador ficava em uma sala separada dos outros dois. O objetivo do jogo para o interrogador era, a partir das perguntas e respostas, determinar qual dos outros dois era o homem e qual era a mulher. Ele os conhecia pelos rótulos X e Y, e no final do jogo ele diria X é homem e Y é mulher ou X é mulher e Y é homem. No teste de Turing, então, o interrogador deveria identificar qual jogador era humano e qual era máquina.
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz