Discriminação algorítmica, Inteligência artificial, Hipervigilância digital e tomada de decisão automatizada

471 Adilson José Bressan e Reginaldo Pereira as pessoas, e muito mais. Sistemas de inteligência artificial estão presentes em vários dispositivos utilizados cotidianamente, como o Waze no trânsito, o Google para pesquisas, Siri da Apple e Alexa da Amazon, assistentes virtuais. Há inteligência artificial na Netflix, no Spotify e nas redes sociais. Câmeras inteligentes monitoram ambientes e registram o trânsito de veículos (Kaufman, 2022). Assim, a inteligência artificial está, definitivamente, inserida na vida das pessoas, trazendo grandes benefícios e permitindo realizações até pouco tempo inimagináveis. Portanto, conviver com a IA e extrair dela todas as vantagens é uma necessidade. Por outro lado, a inteligência artificial tem pontos controvertidos que despertam preocupações e geram debates, como a questão dos vieses, a necessidade de regulamentação e a imprevisibilidade de seus potenciais no futuro. De qualquer forma, espera-se que o ser humano evolua juntamente com a inteligência artificial, aplicando-a da maneira mais útil à humanidade. Para que se possa compreender a inteligência artificial, deve-se partir de sua conceituação. Para Santos (2021): “A Inteligência Artificial (IA) pode ser vista como sendo a parte da Ciência da Computação preocupada em projetar sistemas de computador inteligentes, que exibam as características que associamos ao comportamento humano inteligente.” Na mesma linha, Silva et al. (2018), “a inteligência artificial representa um software diferente dos demais, pois é inteligente e visa fazer os computadores realizarem funções que eram exclusivamente dos seres humanos.” Por outro lado, a inteligência artificial pode ser conceituada em dimensões diferentes que abrangem o agir de forma humana, pensar de forma humana, pensar racionalmente e agir racionalmente (Russell; Norvig, 2022). Nesse sentido, sistemas que pensam como seres humanos são aqueles associados à tomada de decisões, à resolução de problemas e ao aprendizado. Os sistemas que agem ou atuam como seres humanos executam funções que exigem inteligência quando realizadas por pessoas, remetendo aos agentes inteligentes (Medeiros, 2024). De qualquer forma, o que se pode extrair das diferentes opiniões é que o propósito da inteligência artificial é fazer uma máquina funcionar de forma que os humanos considerem inteligente. Não

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