204 RAÍZES E RAMIFICAÇÕES: A JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO NA AMÉRICA LATINA EM TEMPOS DE COVID-19 tir que suas atuações fossem realizadas com base nos padrões internacionais de direitos humanos. Ante o exposto, tem-se que a Resolução 01/2020 possuía um caráter mais amplo, buscando garantir o enfoque nos direitos humanos em qualquer medida adotada pelos Estados no enfrentamento da crise sanitária. Um ano depois, a Resolução 01/2021 reafirmava a centralidade dos direitos humanos como orientadores das respostas estatais à covid-19, mas dava especial atenção à distribuição equitativa de vacinas e à superação das desigualdades estruturais existentes nas Américas. Esta última, ao enfatizar os princípios da igualdade, transparência, solidariedade e participação, pode oferecer diretrizes fundamentais melhor direcionadas para que os Estados cumprissem suas obrigações internacionais frente à pandemia. Um tópico exclusivo, abordando a atuação dos atores privados, representou não somente uma preocupação em garantir a participação da sociedade civil no fomento aos direitos humanos, como também em buscar agentes fortalecedores dos planos de imunização propostos, caso os Estados viessem a descumprir ou deixar a desejar no que tange à imunização dos trabalhadores. Nesse sentido, tem-se que o fortalecimento das instituições democráticas, com a cooperação a nível internacional de agentes públicos e privados e o compromisso com uma recuperação justa baseada em direitos humanos reforçou pilares indispensáveis para enfrentar os desafios impostos pela crise de covid-19. 2.3.2. As pistas encontradas pelas resoluções das medidas cautelares na atividade preventiva da CIDH entre os anos 2020 a 2023 Os objetivos do Projeto Sindemia e Direitos Humanos consistiram em investigar o comportamento dos atores públicos e privados durante a pandemia de covid-19 e a possibilidade de aplicação dos mecanismos de justiça de transição para fazer face aos seus efeitos. Para chegar a esse resultado, o trabalho
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