155 Anais do XXI Seminário Internacional Nanotecnologias, Sociedade e Meio Ambiente desafios jurídicos éticos e sociais para a “grande transição sustentável” (XXI SEMINANOSOMA) para a realidade, hoje, as interações entre a biologia e a tecnologia promovem perspectivas vicejantes com o surgimento e aplicação de novos saberes como a “genômica, engenharia molecular, computação e inteligência artificial”. Trata-se de uma “junção de ciências”, estruturando uma “indústria multidisciplinar”, com a “sinergia entre diferen- tes áreas, conhecida como bioconvergência” (ARINELLI, 2022). Sendo assim, a comunicação entre essas áreas amplia as possibilidades de monitoramento em tempo real e intervenção em tratamentos comple- xos. Sistemas de IA podem processar informações de nanodispositivos implantados no corpo, identificando anomalias de forma autônoma e acionando respostas terapêuticas instantâneas. É o que ocorre na ad- ministração de insulina por meio de nanochips implantados no corpo, que, de forma automatizada, monitoram as oscilações da glicose, tornando o tratamento mais confortável, eliminando as diversas injeções diárias (RODRIGUES, 2024). Destaca-se, ainda, a aplicação de adesivos com nanosensores no combate ao câncer, utilizando-se de IA para, a partir de moléculas específicas, observadas no corpo humano, auxiliar em “diagnóstico ou até mesmo na predição de doenças” (ARINELLI, 2022). Assoma-se a tais situações, a criação de fibras musculares sintéticas, utilizando-se nanotubos de carbono, para próteses e exoesque- letos para o corpo humano (RODRIGUES, 2024). Assim, a Nanotecnolo- gia tem o potencial de viabilizar a produção de dispositivos em escala nanométrica (ALENCAR, 2017) que podem interagir de forma eficaz com o organismo humano, viabilizando tanto sistemas avançados de administração de medicamentos quanto o monitoramento contínuo de sinais vitais (LIMA-DORA; TEIXEIRA-PRIMO, 2019). Trata-se da “miniaturização de dispositivos” (MIT TECHNOLOGY REVIEW, 2024), inclusive, na aplicação de drogas, nano-robôs se voltam a “células-alvo de forma controlada” (ARINELLI, 2022). A todas essas possibilidades, acrescenta-se a aplicação conjun- ta dessas tecnologias para abordagens inovadoras na medicina preditiva, onde o diagnóstico precoce e a detecção de riscos de doenças podem ser realizados de maneira mais efetiva. É o caso do input de dados pessoais precisos de pacientes, através de dispositivos implantáveis, antes mesmo de que haja o desenvolvimento de uma doença, para tornar viável a medicina personalizada (MORENO-SANCHEZ, 2021). Avança-se para a granularidade do conhecimento sobre o corpo daquele que tem o chip instalado (RODRIGUES, 2024) Neste particu- lar, adentra-se para o conceito de Saúde Sintética, quando há o empre- go exponencial de dados com poder computacional para o auxílio na tomada de decisões (RODRIGUES, 2024). O médico passa a conhecer
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