XXI SEMINANOSOMA

209 Anais do XXI Seminário Internacional Nanotecnologias, Sociedade e Meio Ambiente desafios jurídicos éticos e sociais para a “grande transição sustentável” (XXI SEMINANOSOMA) MICRO E NANOPLÁSTICOS E O PROBLEMA AMBIENTAL Kauê Pelegrini1 Materiais plásticos são indispensáveis na nossa vida cotidiana, estando esses presentes em diversas aplicações do dia-a-dia. Muitas dessas aplicações se devem ao fato de que esses materiais apresentam propriedades de interesse, tais como alta resistência, durabilidade, fácil processamento e baixo custo. Ano após ano a produção de políme- ros aumenta, atingindo a marca de 400 milhões de toneladas produzi- das em 2022, sendo o setor das embalagens a maior parcela desse valor, com 39,1% da produção (Plastics Europe, 2023). Consequente- mente, há um aumento no descarte inadequado de resíduos plásticos no meio ambiente, os quais, na maioria dos casos, são carreados para os oceanos e ambientes costeiros por meio de chuvas, ventos e enca- minhados pelos corpos hídricos, podendo afetar a biota e ambientes locais. Atualmente, uma grande preocupação em relação ao impacto ambiental são os micro e nanoplásticos. Microplásticos são partículas plásticas abaixo de 5 mm e nanoplásticos são partículas abaixo de 1 µm (Arienzo et al., 2021). A geração de micro e nanoplásticos no meio ambiente ocorre de duas maneiras: primária e secundária. Micro e na- noplásticos primários são partículas plásticas já produzidas em tama- nhos reduzidos para usos específicos (Andrady, 2011). Exemplos incluemmicroesferas de cosméticos, pellets plásticos (matéria-prima na fabricação de produtos plásticos) e partículas liberadas pelo desgaste de pneus e tecidos sintéticos. Esses materiais entram diretamente no ambiente, seja pelo escoamento de águas residuais ou por dispersão durante o transporte e uso. Micro e nanoplásticos secundários são fragmentos resultantes da degradação de objetos plásticos maiores expostos ao intemperismo, incluindo a radiação solar (foto-oxidação) e abrasão mecânica (Andrady, 2011). Com o tempo, itens como garra- fas, sacolas e redes de pesca se fragmentam em partículas cada vez menores, liberando micro e nanoplásticos no ambiente, especialmente em ecossistemas aquáticos e costeiros. Essas fontes combinadas fa- zem com que micro e nanoplásticos estejam presentes em diversos ecossistemas, afetando organismos e cadeias alimentares. Devido ao seu tamanho, micro e nanoplásticos podem ser acidentalmente ingeri1 Engenheiro Ambiental, Mestre em Engenharia de Processos e Tecnologias e Doutor em En- genharia e Tecnologia de Materiais. Pesquisador na área de micro e nanoplásticos e seus potenciais efeitos no meio ambiente, com uma abordagem interdisciplinar, combinando elementos de química, biologia e ciências ambientais. DOI: https://doi.org/10.29327/5457536.1-14

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