XXI SEMINANOSOMA

Anais do XXI Seminário Internacional Nanotecnologias, Sociedade e Meio Ambiente desafios jurídicos éticos e sociais para a “grande transição sustentável” (XXI SEMINANOSOMA) 212 entanto, estudos indicam que essas partículas chegam a regiões remo- tas transportadas por correntes marinhas e atmosféricas (Haque and Fan, 2023). A contaminação por plásticos em áreas polares representa um perigo significativo para a biodiversidade única dessas regiões, onde espécies adaptadas a condições extremas, como o krill e os pei- xes polares, podem ingerir microplásticos, afetando toda a cadeia alimentar local. A partir desse contexto, o mundo tem se voltado para combater essa problemática da poluição plástica buscando alternati- vas tecnológicas e de gestão ambiental. A partir dessas, plásticos biodegradáveis são frequentemente promovidos como uma solução sus- tentável para a poluição plástica, mas essa abordagem tem limitações que devem ser consideradas. Embora esses materiais sejam projetados para se decompor em condições específicas, como em composta- gem industrial ou sob alta temperatura e umidade, essa degradação nem sempre ocorre nas condições naturais. Em ambientes como os oceanos ou solos comuns, eles podem não se decompor completamen- te e, assim como os plásticos convencionais, acabam fragmentando-se também em microplásticos. Esses microplásticos, mesmo que ditos como biodegradáveis ainda representam um risco ambiental, pois se comportam como microplásticos convencionais causando toxicidade (Ding et al., 2021). Além disso, a produção desses plásticos geralmente exige grandes quantidades de recursos naturais, como água e solo agrícola, competindo com áreas destinadas à alimentação. Assim, plás- ticos biodegradáveis podem ser uma alternativa em certas aplicações específicas, mas não eliminam completamente o problema dos resí- duos plásticos e a geração de microplásticos no meio ambiente. Assim, como cidadãos, algumas ações e posturas que podemos adotar para minimizar o impacto ambiental dos plásticos são: a redução do uso de plásticos descartáveis, sempre realizar os descartes corretos dos resí- duos e o consumo de produtos alternativos que não contenham plástico, quando possível. Referências ANDRADY, A. L. Microplastics in the marine environment. Marine pollution bulletin, v. 62, n. 8, p. 1596-1605, 2011. ARIENZO, M.; FERRARA, L.; TRIFUOGGI, M. (2021). Research progress in transfer, accumulation and effects of microplastics in the oceans. Journal of Marine Science and Engineering, v. 9, n. 4, p. 433, 2021.

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