Anais do XXI Seminário Internacional Nanotecnologias, Sociedade e Meio Ambiente desafios jurídicos éticos e sociais para a “grande transição sustentável” (XXI SEMINANOSOMA) 288 parações acima explicitadas. Esta e uma área que recursos públicos deveriam ser investidos para que possamos saber o quanto dos recur- sos públicos forma aplicados em termos de “ciências de processos e produtos” x “ciência dos impactos” nos diversos editais relativos aos INCTs, ainda tidos como o editais para a “ciência top” brasileira. Ao longo deste Século XXI a comunidade científica ainda não mudou suas ações no sentido de incorporar a sociedade, que paga a realização das pesquisas no Brasil, no sentido de que a mesma parti- cipe do processo de decisão de que pesquisa realiza, para que e para quem. É claro que o membros da comunidade científica brasileira, também são membros da sociedade brasileira, mas, o que se trata aqui é de que se faz necessário a incorporação de outros segmentos da sociedade brasileira, além dos empresários, para que possamos caminhar para um circulo virtuoso da divulgação científica. Sem este processo de democratização da ciência brasileira, que implica também em superar a visão hegemônica de que o cientista não pode ser igual a qualquer outro brasileiro, isto fundado na questão da meritocracia e na questão de poder (determinar que pesquisa fazer), bem como, também na hegemonia dominante sobre o que a divulgação cientifica deve fazer, ou seja, deve suprir o “déficit” de conhecimento científico dos membros (não cientistas) da sociedade brasileira. 3. O produtivismo / publicação como elemento impulsionador do acesso aos recursos públicos para a produção de novos conhecimentos. A comunidade científica brasileira ainda em 2024 não tem cla- ro o papel da mundialização financeira e os dilemas que este processo impõe no processo de produção de novos conhecimentos, feitos com recursos públicos, oriundos das agencias de fomento federais e esta- duais. Mas, ao final de março de 20024 o eminente cientista francês Edgard Morin, já nos indicava que “a nave espacial terra é movida por quatro motores associados e, ao mesmo tempo, descontrolados: ciên- cia, técnica, indústria e capitalismo. O problema esta em estabelecer um controle sobe estes motores: os poderes da ciência, da técnica, e da indústria devem ser controlados pela ética, que só pode impor seu controle por meio da política.” Em julho de 2007, o autor deste texto, junto com o colega Ruy Braga, do departamento de Sociologia/USP, publicamos o artigo A tecnociência financeirizada: dilemas e riscos da 4 MORIN, Edgard. Por uma globalização plural. Folha de São Paulo, 31 mar. 2002. p. A16.
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