Anais do XXI Seminário Internacional Nanotecnologias, Sociedade e Meio Ambiente desafios jurídicos éticos e sociais para a “grande transição sustentável” (XXI SEMINANOSOMA) 294 Outra expoente da lista acima, a Elsevier uma empresa como nenhuma outra, com margens de lucro que rivalizam com o Google – e foi criada por um dos mais notórios magnatas da Grã-Bretanha: Robert Maxwell.9 Importante ressaltar qual foi o processo como Robert Maxwell construiu seu império de Journals, com que padrões éticos esse império foi construído e como foi a “compra” da adesão de diversos importantes cientistas a construção de diversos journals perten- centes a essa empresa que ao longo de sua existência, aplicando esses métodos, cresceu imensamente o numero de seus journals e em consequência seus lucros. Para ver um dos impactos das gigantes editoriais multinacionais em editora nacional centenária, a revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz completou, em maio deste ano, 115 anos dedicados a publicações científicas, e é considerada uma das revistas científicas mais relevantes nas áreas de Medicina Tropical e Parasito- logia do mundo. Veja mais um aspecto do ciclo vicioso escrito Adeilton Brandão e Ana Carolina Vicente, ambos da Fiocruz, que versa sobre os obstáculos que dificultam a difusão de forma mais eficiente da produ- ção de conhecimento gerada pela pesquisa brasileira.10 Vejamos a reflexão desse autores no texto citado na nota de rodapé n.º 11 , no item “Círculo vicioso de publicação Mas manter a publicação não é tarefa fácil. Os “melhores” artigos não têm sido enviados para revistas como a Memórias como primeira opção, criando um círculo de publicação “vicioso”: sem rela- tórios de pesquisa relevantes ou artigos fundamentais para a ciência publicados nelas, essas revistas acabam não coletando citações – outra métrica importante de ciência deste século. Dessa forma, seu “prestígio” é reduzido a cada círculo de avaliação, que tem duração de dois a cinco anos. Em outras palavras, se um periódico publicar apenas trabalhos de pesquisa não relevantes, será um periódico não relevante. Como superar esta barreira de autorreprodução se os investigadores relutam em enviar os seus “melhores” artigos para uma revista “sem prestígio”? 9 Ver todos os detalhes em BURANYI, Stephen. Is the staggeringly profitable business of sci- entific publishing bad for science? The Guardian, 27 jun. 2017. Disponível em: https:// www.theguardian.com/science/2017/jun/27/profitable-business-scientific-publishing- bad-for-science. Acesso em: 27 nov. 2024. 10 BRANDÃO, Adreilton; VICENTE, Ana C. O que é prestígio para a ciência? Reflexões sobre o atual modelo de publicação de artigos em periódicos científicos. The Conversation Brasil, 9 set. 2024. Disponível em: https://theconversation.com/o-que-e-prestigio-para-a-cien cia-reflexoes-sobre-o-atual-modelo-de-publicacao-de-artigos-em-periodicos-cientificos- 234792. Acesso em: 27 nov. 2024.
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