O processo de alfabetização no ecossistema para aprendizagens: os caminhos para uma história recontextualizada 106 sociais com a realidade dos estudantes, sob aspectos social, cultural e cognitivo. Permitindo, segundo Backes, Chitolina e Sciascia (2019), a articulação entre o pensamento científico e o pensamento literário, entre as artes e as humanidades e entre o digital e o analógico. Os critérios para a recontextualização são: 1. Capa enquanto convite à curiosidade do que pode acontecer durante a história, a partir da observação do título e ilustração; 2. Ilustrações que enriquecem a narrativa dando elementos que o texto pode não expressar, as ilustrações desencadeiam outras compreensões sobre o livro; 3. Ficção-realista como jogo de possibilidades sobre o real que podemos manipular porque é uma ficção; 4. Intriga que gera o movimento e a dinâmica entre as personagens, bem como a construção de hipóteses. Os livros de histórias e a ação de contá-las, como enfatizam Backes et al., (2022), são artefatos que proporcionam sentidos, emoções, conexões diversas em que cada criança por meio das interações vivenciadas. Nessa conjuntura compete, conforme as autoras, ao professor se identificar como um narrador praticante na tecitura de redes, constituídas entre ciências, literatura e cotidiano, legitimando no estudante-leitor a competência de fazer novas e outras articulações e interpretações. A relação entre a recontextualização das ciências e a contação de histórias na educação pode ser observada quando é possível perceber a conexão da ciência em todos os aspectos, por meio da narrativa. Tendo em vista que as histórias ganham vida, afetam os sentimentos e colaboram para a transformação das práticas pedagógicas nas diferentes áreas do conhecimento. Estudantes que estão em fase de alfabetização, estão construindo o sentido de aprender a ler e escrever e a recontextualização das ciências proporciona essa compreensão, pois com uma história somos capazes de desenvolver diversas habilidades de leitura e escrita. Podemos dizer que a contação de histórias funciona como um elo entre o ensino e aprendizagem de diferentes componentes curriculares, porque vai além da leitura e escrita, relacionando conceitos de diferentes áreas do conhecimento.
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