Entre fios e nós tecemos convivências e rede(s) 14 convivência de natureza híbrida, entrelaçando o palpável, o digital, o imaginário e o virtual em um tecido único de significados. Cada ser (vivo, inanimado, máquina...) é um nó nessa trama, um ponto no qual as convivências e a(s) rede(s) se encontram e se renovam. Tal como a tecelã que insere novos elementos em seu tecido para transformar a realidade, os nós dessa(s) rede(s) também trazem perspectivas distintas, saberes específicos e ações diversas que enriquecem o ecossistema, configurando-o como um espaço de constante transformação e expansão. Nesse viver com o outro, as condutas adequadas são instauradas no entrelaçamento do linguajar e do emocionar, como expressão da ação dos seres vivos que se articulam e se adaptam, em congruência com o meio (Maturana; Varela, 2002)3. No âmbito da cultura, cada convivência torna-se uma oportunidade de autoprodução e adaptação ao meio, de diferentes naturezas. Assim como a tecelã transforma seus fios em espaços de existência e coexistência, nós transformamos nossas experiências em redes de conhecimento, adaptando-nos aos contextos e recriando nossas formas de aprender e de ensinar. A cultura emerge na convivência, articulando as ações, as histórias e os saberes dos participantes desse ecossistema. Os capítulos dedicados à dimensão da Cultura apresentam diversas perspectivas sobre a formaçãodocente e as práticas pedagógicas em diálogo com os contextos socioculturais contemporâneos. Janaína Fidelis e Fabíola Kucybala analisam como comunidades de professores aprendizes e rodas de conversa podem transformar o conhecimento docente por meio de redes de convivência. Antonio Szezecinski e Juliani Reis exploram a literaturalização das ciências como proposta pedagógica para integrar a contação de histórias, folclore, teatro e ciências, promovendo aprendizagens interdisciplinares. Naidi Gabriel reflete sobre as convivências em redes docentes no projeto TEIAs, destacando os desafios e as potencialidades das interações em espaços híbridos de aprendizagem. Érica Da Boit e Luciana Backes abordam práticas dialógicas e problematizadoras na Educação de Jovens e Adultos (EJA), promovendo engajamento e autoria coletiva. Por fim, Luciane Monteiro investiga a alfabetização 3 MATURANA, H. R.; VARELA, F. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 2002.
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