Convivências e rede(s): culturas, linguagens e tecnologias na educação

181 Larissa Damiris Lopes Franco, Kári Lúcia Forneck e Lucimara Fiorese ção e correção aconteceu regularmente, sobretudo para substituição de termos repetidos, para adição de recursos coesivos e para consulta quanto à grafia de determinadas palavras ou expressões. Essa emergência de habilidades de automonitoramento através da busca por respostas mais pertinentes para a composição dos textos, ainda que tenha ocorrido com menor frequência em comparação com as demais estratégias, mostrou que poucos participantes se valeram desse percurso de interação digital e que há ainda um longo caminho a se trilhar nesse sentido. Esse processo não ocorre repentinamente, sendo necessário um trabalho gradativo por parte de discentes e docentes. Outra evidência que emergiu desta prática investigativa diz respeito à interação dos alunos com as tecnologias digitais. Durante as intervenções, a autonomia dos estudantes pela construção do próprio texto e pela busca por maneiras mais adequadas de desenvolvê-lo foi priorizada por meio da internet e das conexões digitais, possibilitadas, consequentemente, pela utilização dos computadores portáteis fornecidos pela escola. Apesar da interação digital constante e pelo acesso disponibilizado às turmas pela instituição, ao longo da intervenção, oportunizada pela configuração das oficinas interativas, foi constatado que os participantes não estavam habituados a utilizar plataformas de escrita para a concepção da escrita em ambientes digitais, o que resultou em dificuldades durante a produção, principalmente no que se refere ao uso do Google Docs. Recorrendo às respostas fornecidas pelos participantes na primeira seção do questionário, a dificuldade de interação com as plataformas inseridas no trabalho como texto, especialmente em relação às que foram introduzidas na terceira intervenção, pode estar relacionada com a regularidade com que os estudantes exercitam a escrita em ambientes digitais. Conforme o questionário, ao serem perguntados por qual meio mais escreviam fora do ambiente escolar, a maioria dos participantes assinalou “Papel” (8 das 12 respostas) e “Celular” (6 das 12 respostas), sendo que era possível assinalar mais de uma alternativa. Apenas dois estudantes marcaram a opção “Computador” para responder à questão. Ao serem indagados sobre os meios pelos quais escreviam com maior frequência dentro da sala de aula, questões essas contidas na primeira parte do questionário disponibilizado, todos os

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