183 Larissa Damiris Lopes Franco, Kári Lúcia Forneck e Lucimara Fiorese mação está no Histórico de Versões do Texto 9, como observado na Figura 1. Após a sugestão de leitura das produções para a interação mais efetiva com as plataformas e os recursos compartilhados no dia da terceira intervenção, o Estudante 9 alterou uma das partes do excerto para substituir um dos marcadores de temporalidade já utilizados anteriormente em sua escrita. Do ponto de vista das percepções de automonitoramento, também foi o estudante que se valeu da estratégia de leitura e de reflexão e avaliação, revelando maior interesse e consciência na adequação do texto à proposta solicitada. Figura 1 – Alteração feita pelo Estudante 9 em “O andarilho da noite”. Fonte: Das autoras (2024). Diante do exposto, é possível perceber que os efeitos do automonitoramento estiveram presentes principalmente como facilitadores para a organização das ideias elencadas pelos participantes para a escrita de seus textos, mostrando certa preocupação dos discentes pelo desenvolvimento dos aspectos narrativos solicitados para a composição da fanfiction. Apesar disso, para que o automonitoramento venha a ser uma forma efetiva de promoção da consciência textual, o contato dos estudantes com o seus próprios textos deve ser uma constante, como uma maneira de estabelecer maior confiabilidade em relação à sua produção escrita (Menegolo; Menegolo, 2005), oportunizando a condição de olhar para seu texto com uma visão mais crítica e consciente. Em outra lente de análise, a experiência aqui relatada revelou que a interação digital oferece uma oportunidade valiosa para potencializar o ensino da produção escrita. Entretanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido, que requer uma compreensão mais ampla de processos de ensino coengendrados em redes e ambientes digitais (Schlemmer; Backes; Palagi, 2021) que resultem, por sua vez, no letramento digital dos estudantes (Ribeiro, 2020).
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