Convivências e rede(s): culturas, linguagens e tecnologias na educação

As ecologias conectivas e os desafios da formação dos professores da Educação Básica 194 presente e futuro. As reflexões sobre uma nova ecologia, não mais humanocêntrica, povoada por hiper-objetos e caracterizada por diversas formas de simbiose, que anula a distinção entre interno e externo, são realizadas por Morton (2023, p. 64-65). O pensamento ecológico não tem nada a ver com o superorganismo. O holismo diz que o todo é maior que a soma das partes. A natureza tende a ser holística. Ao contrário da natureza, o que o pensamento ecológico pensa não é mais do que a soma das partes [...] O pensamento ecológico não consegue dizer o que é natureza [...] para os seres não existem dentro ou fora definidos. Tudo está adaptado a todo o resto. Isso inclui os órgãos e as células que os constituem. A malha se estende tanto entre os seres, quanto dentro deles [...] Ligar os pontos e ver que tudo está interconectado. Isso é o pensamento ecológico. A concepção ecológica e simbiótica redefine as dimensões e as qualidades do habitar, abordadas igualmente por Haraway (2016, p.55), a partir do conceito de simpoiese como a expressão da condição de co-evolução e da existência sem bordas nem essências: Simpoiese é uma palavra simples que significa fazer junto. Nada se cria por si mesmo, nada é verdadeiramente autopoiético ou auto-organizado [...]. Os terráqueos nunca estão sozinhos [...] Simpoiese é a palavra mais adequada para indicar sistemas complexos, dinâmicos, reativos, históricos, situados. Para esses autores, no começo deste terceiro milênio, ao descobrirmos que somos parte de um mundo infecto e conectado, passamos inevitavelmente por uma ruptura epistêmica que nos obriga a repensar a ideia de comume a concepção de humano e de sociedade. 2 ARQUITETURAS DIGITAIS DE CONEXÃO Os diversos significados atribuídos a complexidades ecológicas não contemplam a dimensão tecnológica e informativa, que implementam inéditas formas de conexão com o meio-ambiente, sobretudo na evolução das redes. As últimas gerações de redes começam a estender a conectividade entre pessoas e tecnologias, aos não humanos, com as coisas (internet of things), as biodiversidades

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