Convivências e rede(s): culturas, linguagens e tecnologias na educação

As ecologias conectivas e os desafios da formação dos professores da Educação Básica 200 dição habitativa das gerações atuais10. Diferentemente da condição habitativa na qual as gerações anteriores11 se desenvolveram, a atual geração habita espaços-redes, constituídos num hibridismo de espaços, tecnologias, tempos, linguagens, presenças, culturas e modalidades, configurando umhabitar atópico, num contexto que não separa o online do offline, porque está onlife o tempo todo (Floridi, 2015). Essa geração cresce e se desenvolve acoplados a diferentes dispositivos digitais (smartphones, tablets, consoles de videogames) e, vinculados ao mundo de jogos e wearables (óculos de RV, manetes, raquetes). Eles viveme convivememdiferentes plataformas digitais, que criam realidades múltiplas e diversas, enriquecidas, ampliadas e potencializadas pelo digital, realidades virtuais, realidades misturadas, realidades aumentadas e, ainda em contextos que hibridizam essas realidades criando novas ambientações. O estar junto, relacionar-se, fazer amigos, aprender, divertir-se, já não prescindem de um deslocamento físico no espaço geográfico, mas se desenvolvem conectados por uma infinidade de aplicativos e plataformas. Emergem novas formas de sentir, em rede, que podem ser potencializadas, por sensores e wearables. Assim, o Paradigma da Educação OnLIFE, olha para essa condição habitativa e propõe que os processos de ensino e de aprendizagem emerjam das problematizações do tempo/mundo presente, portanto, numa sociedade onlife (Floridi, 2015) e sejam desenvolvidos num percurso de invenção em atos que conectam humanos e não humanos, formando redes em permanentemente processo de cocriação. Portanto, conecta inteligências diversas (ecologia conectiva), numa arquitetura educacional ecossistêmica, que se desenvolve em plataformas de interação ecológica (Schlemmer; Di Felice, 2020), que favorecem metodologias e práticas inventivas (Schlemmer, 2018; 2022). O habitar é compreendido não como lugar que coloca o espaço geográfico em contraposição aos demais espaços, mas como forma conectiva numa ecologia de espaços, um habitar estranho, fora de lugar, atópico (Di Felice, 2009; Schlemmer, 2023). As diferentes tecnologias, ambientes, arquiteturas e plataformas digitais em rede são entendidas como forças ambientais (Flori10 Gerações que nasceram e se desenvolvem no mundo hiperconectado, constituidor de múltiplas realidades. 11 Gerações constituídas por espaços físicos, geograficamente localizados e marcadas pelas tecnologias analógicas.

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