Convivências e rede(s): culturas, linguagens e tecnologias na educação

21 Janaína Mota Fidelis e Fabíola dos Santos Kucybala como ummeio para a reflexão e a (re)construção de conhecimentos, a fim de atender às necessidades dos estudantes e dar significado às aprendizagens escolares, relacionando-as às demandas da vida cotidiana. Por isso, acredita-se que estabelecer o diálogo e compreender as convivências existentes nomeio docente, se faz fundamental para estabelecer relações entre o conhecimento docente e sua aplicabilidade no cotidiano escolar. Para tanto, o processo de formação docente passa por uma mudança paradigmática, concebendo-a como convivência na rede profissional. Maturana e Varela (2001), mostram que o conhecimento é construído pela interação, que aprendemos vivendo e vivemos aprendendo. Assim, a convivência com outros seres vivos (e não vivos) constitui quem somos, ao mesmo tempo que constitui os outros e o ambiente. Desse modo, a rede de relações se configura da maneira como é no cotidiano, pelas pessoas (ou seres vivos) que se relacionam e pelas condições locais, ou seja, cultura, espaço e sociedade. Se fossem outras pessoas em outros espaços e tempos, seriam outras redes de relações. Logo, “[...] todo conhecer depende da estrutura daquele que conhece.” (Maturana e Varela, 2001, p. 40). Assim, este capítulo busca uma nova tessitura para o conceito de formação continuada de professores, na medida em que visa refletir sobre as convivências docentes e suas implicações para as práticas pedagógicas. Posto isso, cunha-se como objetivo, entrelaçar reflexões sobre as convivências docentes através dos conceitos de Comunidades de Professores Aprendizes e de Rodas de Conversa. 2 CONVIVÊNCIAS DOCENTES Para falar das convivências no meio docente, e nas suas implicações para o desenvolvimento do conhecimento do professor e para a qualificação da sua prática, é necessário aprofundar o conceito a nível de convivência a partir da organização e da estrutura, ou seja, as convivências configuradas entre seres vivos e o ambiente no qual estão inseridos. Maturana e Varella (2001) trazem aprofundamentos teóricos sobre as bases biológicas da compreensão humana, mostrando que interações e acoplamentos estruturais, como eles denominam, acon-

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