Configuração de redes à luz das comunidades de professores aprendizes e das rodas de conversa 22 tecem desde microrganismos celulares, até unidades individuais (como seres humanos) e unidades de terceira ordem (formadas por unidades individuais). Este capítulo foca nas unidades de terceira ordem, que aqui serão exploradas como Comunidades de Professores Aprendizes e como Rodas de Conversa. Seguindo a perspectiva biológica de Maturana e Varela (2001), os acoplamentos estruturais e sociais são as relações que desencadeiam mudanças estruturais tanto na unidade (podendo ser um ser vivo) quanto no meio. Posto isso, a interação entre unidades provoca perturbações nas estruturas que através de atividades conjuntas, buscam superar as perturbações, transformando as unidades e o meio, o que diz respeito ao acoplamento social. Dessa maneira, as unidades em geral, e no caso deste estudo, os professores, são unidades que se transformam na convivência e conhecem no viver, porque são constituídos de uma certa maneira e seguem uma ontogenia (que se transforma ao longo da história). As interações, os acoplamentos estruturais, a adaptação, os acoplamentos sociais e a comunicação mostram uma regularidade no mundo que experimenta-se a cada momento, mas não há um ponto de referência independente dos seres, que garanta uma estabilidade absoluta às suas descrições. O ponto de vista de cada um, como descritor e como observador, garante e explica a sua percepção de mundo produzida em seu ser com os outros, em uma mistura de regularidade e mutabilidade. Conhecer o conhecer é fundir-se no conhecimento. É estar dentro da roda viva, como observador e como participante. Não é possível observar de fora, pois o fora não existe. Ao mesmo tempo, as aprendizagens são diferentes para cada um, pois as perspectivas são distintas. Mesmo assim, o conhecimento configura-se a partir de interações com o outro e com o mundo, de forma que se fossem outras interações, com outros seres, o conhecimento seria diferente. Conforme Maturana e Varela (2001, p. 267-268): Se sabemos que nosso mundo é sempre o que construímos com os outros, cada vez que nos encontramos em contradição ou oposição com o outro ser humano com o qual desejamos conviver, nossa atitude não poderá ser reafirmar o que vemos do nosso próprio ponto de vista. Ela consistirá em apreciar que nosso ponto de vista é o resultado de um acoplamento estrutural no domínio
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