Convivências e rede(s): culturas, linguagens e tecnologias na educação

251 Fabrícia Py Tortelli Noronha e Luciana Backes Tais processos são inseparáveis do mundo que os cercam e estão vinculados à resolução de problemas. Esses geram dúvidas temporárias, certezas provisórias e descobertas (novos conhecimentos). Nessa totalidade que envolve as relações no ambiente educacional, buscamos superar a dicotomia entre o sujeito e o objeto, a partir de um processo de ensino e de aprendizagem comprometido com as relações histórico/individuais que fazem parte da formação cognitiva dos educandos. Nas relações dialógicas para construção do conhecimento, os educandos aprendem relacionando novos conhecimentos a conhecimentos anteriores e articulando o contexto acadêmico ao cotidiano. Assim, não entendemos o processo de ensino e de aprendizagem de forma massificada – procedimentos e tempos iguais para todos (Schlemmer, 2002) –, dado que os educandos são únicos e particulares, vêm de realidades distintas, possuem interesses variados e trazem consigo diferentes significações para os conhecimentos. Essas concepções de prática são evidenciadas pelo educando 16, a partir da sua história de atuação docente, ao revelar frequentes discussões sobre a necessidade de rompimento com metodologias tradicionais e a ausência da prática para que se efetive. Percebemos o início da tomada de consciência, ou seja, o processo de interiorização da ação com a mudança de pensamento no sentido da transformação da prática pedagógica. Entretanto, a motivação não é suficiente para que haja uma ruptura paradigmática e, por isso, a transformação na prática se limita ao discurso dos educadores. Enfim, nem todos conseguem atribuir significado às novas concepções de prática pedagógica para realizar ações. Ainda que os sujeitos estejam em constante processo de transformação do pensamento, cada qual tem o seu tempo de aprendizagem, conforme podemos observar no Quadro 2.

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