Convivências e rede(s): culturas, linguagens e tecnologias na educação

Metodologia de projetos de aprendizagem associada à gamificação: ressignificação da prática pedagógica 252 Quadro 2 – Concepções para a prática e Interações EDU 5: Entendo e aprecio a boa vontade dos professores em trazer o projeto de aprendizagem, mas no fim das contas acabo aprendendo melhor com um professor que utiliza uma metodologia de ensino mais tradicional. Não gosto muito da abordagem grupo de WhatsApp, pois acho invasivo receber mensagens de aula em um meio privado e em horários/dias da semana inoportunos. EDU 6: Em relação ao contato com lógica de programação, creio que eu não tenha aprendido nada que já não soubesse, mas considero que aprendi bastante com o processo de gamificação e a troca de experiências com os colegas e professores. EDU 7: Gosto de provas e avaliações individuais, no entanto no modelo EAD, achei muito bacana poder ver o trabalho dos colegas, porque essa troca, que haveria no presencial normalmente, faz falta. A gente aprende bastante olhando como as outras pessoas encontram soluções utilizando as mesmas estruturas. Fonte: Noronha (2022, p. 125). A ação dos educadores é reconhecida pelo educando 5. Entretanto, no seu entendimento, a mudança metodológica não teve êxito para a aprendizagem como teria a metodologia tradicional e faz críticas às interações entre professores e educandos via WhatsApp. A fala do educando 5 é reveladora da necessidade que sente de uma certa estabilidade naquele momento, e compreendemos a importância de legitimar também aqueles que não concordam com a transformação na prática pedagógica. Em relação ao sentido etimológico da palavra transformar – do latim transformare, que significa nova forma, ir além da forma (Transformar, 2015) – inferimos que ao fazer algo emergente na sala de aula, nem sempre o educando encontra significado para a mudança e, por isso, não consegue mudar a forma ou ir além da forma que está acostumado. A pedagogia diretiva, caracterizada por pressupostos empiristas (Becker, 1994), na qual o professor direciona o processo de aprendizagem é a referência que o educando tem, ele aprendeu dessa “forma”. A partir dos educandos 6 e 7, evidenciamos percepções paradoxais, num movimento contraditório entre ideias, orientado pela reflexão inicial sobre o próprio pensar, isto é, por um conflito na direção de transformar a percepção anterior. Num primeiro momento, eles referem não ter aprendido nada e há preferência pelo modelo tradicional de aprendizagem. Num segundo momento, o

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