Convivências e rede(s): culturas, linguagens e tecnologias na educação

Plataformas educacionais no ensino superior: um estudo de caso na UFBA 262 1 INTRODUÇÃO Diante da necessidade de isolamento social para conter a pandemia do Coronavírus em 2020, causada pelo Sars-cov-2, as plataformas digitais se tornaram o principal cenário de aprendizagem para a continuidade do calendário acadêmico. A interação contínua com estes âmbitos semióticos vem se consolidando nos últimos 15 anos, dando origem ao fenômeno da plataformização em distintos segmentos da sociedade no cenário mundial, incluindo o Brasil, conectando e monetizando as interações entre diferentes agentes em vários domínios econômicos e sociais (Alves, 2020). O processo de plataformização se caracteriza pela coleta e extração de dados para predizer diferentes comportamentos, a fim de atender interesses específicos dos grupos envolvidos nesse processo, a exemplo das ações das Big Techs como, Google, Apple, Microsoft, Meta, X³, entre outras. Nesse cenário, as Plataformas Digitais de Ensino (PDE) têm se tornado cada vez mais presentes na vida acadêmica, principalmente como ambientes de apoio à aprendizagem durante o período do Ensino Remoto Emergencial (ERE). O Google Classroom, por exemplo, é uma plataforma que permite a criação e compartilhamento de conteúdos interativos (Oliveira, 2021), enquanto o Zoom e Conferência Web-RNP possibilitam a comunicação e a interação entre docentes e discentes (Borba; Scucuglia; Gadanidis, 2014). Por outro lado, ainda que a utilização das PDEs possa trazer benefícios à educação, também pode gerar desafios, como a desigualdade no acesso à tecnologia, especialmente entre estudantes de regiões isoladas ou de baixa renda que não têm fácil acesso à internet. A segurança dos dados também é uma preocupação crescente, por coletarem grandes volumes de informações pessoais e acadêmicas, aumentando o risco de violações de privacidade (Lemos, 2021). Embora as plataformas proprietárias tenham possibilitado a continuidade do ensino durante a pandemia, seus mecanismos subjacentes de coleta de dados destacam a necessidade de reflexão ética e proteção da privacidade de alunos, analisando também as questões ideológicas e bias presentes na lógica destes ambientes. Neste contexto, é fundamental identificar e compreender aspectos envolvidos na interação de docentes e discentes com as PDE.

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